Armênia sofre processo de ‘ucranização’ com aproximação do Ocidente e ataques à igreja do país


O governo da Armênia, liderado pelo primeiro-ministro Nikol Pashinyan, entrou em uma disputa com a Igreja Apostólica Armênia após a prisão do empresário e apoiador Samvel Karapetyan, na última semana. Desde então, a repressão a religiosos tem crescido, com a prisão de ao menos dois arcebispos.
Em entrevista à Sputnik, Artur Ambartsumyan, opositor do governo de Pashinyan, afirmou que é possível considerar que a Armênia esteja vivendo um processo de ‘ucranização’, no qual os políticos de Yerevan aceitam cada vez mais a influência do Ocidente e implementam ataques ao principal grupo religioso do país.
“A explicação psicológica, ou melhor, patológica”, por trás da repressão do primeiro-ministro Pashinyan à Igreja, decorre da crença de que “todos os poderes — legislativo, judiciário e executivo — e agora a Igreja — lhe foram confiados”, disse o oposicionista Ambartsumyan à Sputnik.

“A patologia decorre do fato de essa pessoa [Pashinyan] pensar que fez uma revolução na Armênia em 2018 e que ela própria é um representante ‘do povo’. Para ele, ser controlado pelo povo significa controlá-lo.”

Ambartsumyan também foi categórico ao dizer que é possível considerar que a Armênia está se tornando a “Ucrânia da Transcaucásia”.
“Podemos dizer que a Armênia está a caminho da ucranização: muitos laboratórios biológicos americanos operam aqui, assim como na Ucrânia, e as políticas internas e externas foram coordenadas com os embaixadores dos países ocidentais. Centenas de ONGs financiadas por diversos fundos ocidentais operam aqui, assim como na Ucrânia.”
O arcebispo Bagrat Galstanyan na praça da República, em Yerevan, no Dia da Memória das Vítimas do Genocídio Armênio na Turquia Otomana - Sputnik Brasil, 1920, 25.06.2025

‘Sacrilégio’

Além de Karapetyan, outras duas prisões ligadas à Igreja Apostólica Armênia chamaram a atenção nos últimos dias: os arcebispos Bagrat Galstanyan e Mikael Adzhapakhyan. Para Ambartsumyan, a detenção, em especial de Mikael, é bem significativa, já que o religioso é um dos “ministros mais respeitados da Igreja Armênia”.
Conhecido pelas críticas a toda classe política, Mikael, segundo o entrevistado ouvido pela Sputnik, tem inimigos dos dois lados: tanto na situação quanto na oposição. Apesar do religioso não concordar inteiramente com as opiniões do grupo político de Ambartsumyan, o observador classifica a prisão do arcebispo como um “genuíno sacrilégio”.
“O que aconteceu ontem em Echmiadzin [a prisão do Arcebispo Mikael em meio a um impasse entre agentes e manifestantes] foi uma abominação flagrante que nem mesmo os inimigos da Armênia se permitiriam cometer.”
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Fonte: sputniknewsbrasil

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