Armênia e Azerbaijão afirmaram em declaração conjunta que “compartilham a opinião de que há uma oportunidade histórica de alcançar uma paz há muito esperada e de normalizar as relações e alcançar um tratado de paz com base no respeito aos princípios de soberania e integridade territorial”.
O Azerbaijão anunciou que libertará 32 soldados armênios. Já a Armênia libertará dois soldados do Azerbaijão.
“Os países confirmam mais uma vez a sua intenção de normalizar as relações e alcançar um tratado de paz baseado no respeito pelos princípios da soberania e integridade territorial. Como resultado das negociações entre a administração do presidente da República do Azerbaijão e o gabinete do primeiro-ministro da República da Armênia, foi alcançado um acordo para tomar medidas tangíveis para fortalecer a confiança entre os dois países”, diz o comunicado.
29 de setembro, 10:17
O Azerbaijão lançou em setembro uma campanha militar relâmpago na região separatista de Nagorno-Karabakh, que pôs fim a três décadas de domínio armênio e provocou a fuga da grande maioria dos 120 mil habitantes da região, reconhecida internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas que tem maioria da população de origem armênia.
Os dois países, diz a nota, continuarão as negociações “sobre a implementação de mais medidas para fomentar a confiança” e pediram o apoio da comunidade internacional “que contribua para promover a confiança mútua entre os dois países”.
Armênia retira a sua candidatura para sediar COP29 em apoio ao Azerbaijão
Como parte do acordo de paz, a Armênia anunciou a revogação de sua candidatura para realizar a 29ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em apoio à candidatura do Azerbaijão, segundo um comunicado conjunto dos dois países.
“Como um gesto de boa-fé, a República da Armênia retira sua candidatura para acolher a 29ª sessão da Conferência das Partes na Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP-29) em apoio à candidatura da República do Azerbaijão,” diz a nota.
28 de setembro, 03:38
Entenda o conflito de Nagorno-Karabakh
Em 1923, a região recebeu o status de região autônoma dentro da República Socialista Soviética do Azerbaijão.
Em 1988, começou em Nagorno-Karabakh um movimento de reunificação com a Armênia. Em 2 de setembro de 1991, o Azerbaijão proclamou a sua independência e o nome da região autónoma mudou para república de Nagorno-Karabakh. De 1992 a 1994, o Azerbaijão tentou assumir o controle da autoproclamada república. Nessa ação militar de grande escala morreram cerca de 30 mil pessoas.
Em 1994, as partes concordaram em estabelecer um cessar-fogo, mas o status do território nunca foi determinado. No final de setembro de 2020, os combates recomeçaram em Nagorno-Karabakh. Na noite de 10 de novembro, o Azerbaijão e a Armênia, com o apoio de Moscou, chegaram a acordo para cessar completamente as hostilidades, permanecendo nas posições ocupadas, trocar prisioneiros e os corpos dos mortos. Na região foram implantadas forças de paz russas, inclusive no corredor de Lachin.
No ano passado, Yerevan e Baku, mediadas pela Rússia, EUA e União Europeia, iniciaram discussões sobre um futuro acordo de paz. No final de maio deste ano, o premiê armênio, Nikol Pashinyan, disse que seu país estava pronto para reconhecer a soberania do Azerbaijão nas fronteiras soviéticas, incluindo Nagorno-Karabakh.
Em setembro, o presidente russo Vladimir Putin chamou atenção para o fato de que a liderança armênia, em essência, reconheceu a soberania do Azerbaijão sobre Nagorno-Karabakh.
Fonte: sputniknewsbrasil
