O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, afirmou nesta segunda-feira (12) que pretende acionar a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), a Organização das Nações Unidas (ONU), bem como solicitar apoio da Rússia para lidar com a escalada de tensão na fronteira do país com o Azerbaijão.
“Devido à agressão contra o território soberano da República da Armênia, decidimos recorrer oficialmente à Federação Russa para implementar as disposições do Acordo de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua, bem como ao OTSC e ao Conselho de Segurança da a ONU”, disse Pashinyan, em comunicado.
Nesta terça-feira, Pashinyan participou de uma reunião do Conselho de Segurança da Armênia, no âmbito da qual os participantes discutiram os próximos passos a serem dados para combater as ações do Azerbaijão.
Anteriormente, o Ministério da Defesa da Armênia afirmou que as Forças Armadas do Azerbaijão começaram a atacar posições armênias perto da fronteira armênio-azeri.
Por sua vez, o Ministério da Defesa do Azerbaijão afirmou que, na noite de 12 de setembro, os militares armênios realizaram “uma provocação em larga escala” atacando os distritos próximos da fronteira armênio-azeri, que resultou em um confronto armado e causou mortes entre os militares azeris.
Armênia e Azerbaijão tornaram a entrar em confronto militar em 23 de setembro de 2020, na região de Nagorno-Karabakh. Com população majoritariamente armênia, a região é foco de conflito desde que decidiu se separar, em 1988, da então República Socialista Soviética do Azerbaijão.
As hostilidades, que duraram seis semanas e causaram milhares de mortes, cessaram em 10 de novembro de 2020 sob uma declaração de cessar-fogo adotada um dia antes pelos líderes da Armênia, Azerbaijão e Rússia, que mediou as negociações.
Após vários meses de relativa calma, incidentes armados foram registrados novamente na fronteira entre Armênia e Azerbaijão, com reclamações recíprocas de incursões e trocas de tiros que deixaram vítimas.