A disputa pelo território é alvo de tensões entre os dois países há quase dois séculos: localizada a cerca de 640 km da América do Sul, a ilha foi governada pelos argentinos em duas ocasiões. A primeira entre 1832 e 1833 e, depois, por dois meses durante a Guerra das Malvinas, em 1982. Ao todo, a região conta cerca de 3,5 mil habitantes.
“O governo e o povo da Argentina, mais uma vez, 191 anos após a ocupação ilegal das ilhas Malvinas, confirmam seus legítimos e inalienáveis direitos de soberania sobre as ilhas Malvinas, a ilha Geórgia do Sul, as ilhas Sandwich do Sul e as áreas marítimas adjacentes […]. O governo da Argentina expressa novamente sua disposição de retomar negociações bilaterais para encontrar uma solução para essa disputa de soberania, de acordo com as disposições das resoluções correspondentes da Assembleia Geral”, resume o comunicado.
Pouco após a vitória de Milei no segundo turno, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, lembrou que a disputa pela soberania do arquipélago remoto já é uma questão resolvida e que não há planos para qualquer mudança.
Retomada por meios diplomáticos
Durante a campanha, o presidente Javier Milei expressou a intenção de recuperar as ilhas Malvinas, com a promessa de considerar diferentes opções para o retorno do território por meios diplomáticos. Em resposta, Londres afirmou que não planeja revisitar a questão da propriedade.
Em um encontro promovido em Brasília com ministros da Defesa e das Relações Exteriores dos países da América do Sul, uma declaração conjunta reafirmou o apoio “aos direitos legítimos” do país sul-americano e, ainda, o “interesse regional na retomada de negociações bilaterais que permitam, o quanto antes, a retomada” do território pelos argentinos. Além disso, ainda foi duramente criticada a presença militar europeia na região.
Ainda em 2013, um referendo chegou a ser realizado nas ilhas, quando 88% dos residentes votaram pela manutenção do status de território ultramarino do Reino Unido. Na época, o governo argentino afirmou que o resultado não afetaria as reivindicações territoriais sobre o arquipélago.
Fonte: sputniknewsbrasil