“Um país que ajuda em inteligência antiterrorista tanto para a região quanto quem faz a travessia pelo Marrocos para acessar a Europa. Outra coisa que pesa demais é a presença russa no continente, que vem aumentando. […] é um mercado muito promissor na questão de gás, energia renovável, fosfato, pesca, que aliás é tecnicamente ilegal, e de armas também”, acrescentou ela.
“A França investiu recursos econômicos, financeiros, em projetos, em ex-colônias na África e em outras regiões do mundo, mas nunca teve a preocupação, de fato, de estabelecer uma relação com a população local, com os jovens desses países. Tentar mostrar, de fato, de que maneira os seus esforços poderiam contribuir para o progresso local”, comentou o professor.
“O povo argelino é mais incisivo, mais de ir para cima, não aceitar qualquer coisa. E é uma história muito marcada por massacres […] o argelino não era considerado humano [pelos franceses]. Ele ainda não é, mas durante a colonização você tem ali todo o poder, todo o controle e domínio de um povo, não só do território, mas de um povo”, declarou a internacionalista.
“Nem mesmo os canais consulares, que são os mais básicos, estão funcionando adequadamente. Isso mostra um afastamento, um esfriamento de relações.”
“Acho que há perdas para os dois lados, mas talvez mais para a França, que é um país que já vinha acumulando perdas geopolíticas na África. Mais uma perda de possibilidade de influência, de projeção em favor de outros países, porque tem havido o avanço, por exemplo, da Rússia, de outros players. […] Em termos de relações de poder, relações de força, a França está encolhendo.”
“O Brasil não produz tanto quanto a população argelina precisaria. África do Sul e China idem, mas eles podem principalmente ajudar nos trâmites comerciais ou com o financiamento pelo Banco do BRICS. Então, a Argélia estar nesse meio é muito importante.”
Fonte: sputniknewsbrasil