Após várias semanas de alta, projeção de IPCA para 2023 cai de 6,03% para 5,80%


Após várias semanas de altas consecutivas, a projeção do Boletim Focus – consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 principais instituições financeiras do país – para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou queda expressiva, de 6,03% para 5,80%, da semana anterior para a atual. Há um mês, o indicador apontava 6,04% de variação. Menor recuo, por sua vez, apresentou a previsão de inflação para 2024, que caiu de 4,15% para 4,13%, ao passo que foram mantidas em 4% às de 2025 e 2026.

O refluxo inflacionário coincide com o avanço da tramitação da nova regra para as contas públicas, o chamado arcabouço fiscal, no Congresso Nacional, bem como com o anúncio unilateral da Petrobras, na semana passada, de queda generalizada dos preços dos combustíveis.

No que se refere aos chamados ‘preços administrados’, a projeção do IPCA para este ano também teve baixa, de 10,53% para 9,50%, quando era de 10,71%, um mês atrás. Para o ano que vem, a estimativa continuou em 4,5% e em 4%, para 2025 e 2026.

Salto do PIB – Inversamente à redução do índice oficial de inflação, a previsão para o PIB em 2023 registrou salto inédito, ao passar de 1,02% para 1,20%. Em contraponto, a projeção para 2024 baixou de 1,38% para 1,30%, enquanto às dos anos seguintes, foram mantidas em 1,70% e 1,80%, respectivamente.

Selic ‘imexível’ – Também inalterada ficou a estimativa para a taxa básica de juros (Selic) para 2023, em 12,50% ao ano, assim como à de 2024, em 10% ao ano – pela 14ª semana seguida – e para 2025, em 9% ao ano. Para o ano seguinte, permaneceu a previsão anterior, de 8,75% ao ano.

Câmbio cai – Em compasso com a queda do IPCA, o prognóstico cambial para este ano mostrou baixa do dólar, de R$ 5,20 para R$ 5,15, mas mantido em R$ 5,20 para 2024 e 2025, além de redução de R$ 5,30 para R$5,27, para o ano seguinte.

Déficit mantido – No que toca à performance das contas públicas, o resultado primário esperado pelo mercado financeiro para 2023 manteve um déficit de 1% do PIB, ao passo que este deve cair, de um déficit de 0,80% do PIB para 0,70% do PIB, em 2024, assim como para 2025, que deve recuar de 0,39% do PIB para 0,37% do PIB. Em contraste, a projeção para 2026 mostrou alta do déficit, de 0,10% do PIB para 0,15% do PIB.

Dívida cresce – Outro sinalizador fiscal, a dívida líquida apresentou expansão para este ano, de 60,70% do PIB para 61% do PIB, assim como para 2024, de 64,20% do PIB para 64,70% do PIB. Enquanto que para 2025, a projeção permaneceu em 67,0% do PIB, no ano seguinte, esta cresceu de 67,20% do PIB para 67,40% do PIB.

Contas externas – No tópico das contas externas, o Focus projetou um déficit de conta corrente ligeiramente inferior, de US$ 47,30 bilhões, na semana anterior, para US$ 47,06 bilhões, na atual, ao passo que este era de US$ 48,55 bilhões, um mês atrás. Para o ano que vem, tal déficit aumentou de US$ 52,50 bilhões para US$ 53,05 bilhões.

Superávit ratificado – Já a estimativa para de superávit da balança comercial deste ano foi mantida em US$ 60,00 bilhões, superior à apresentada há um mês, de US$ 57,70 bilhões. Para 2024, todavia, a expectativa superavitária recuou de US$ 54,80 bilhões para US$ 54,60 bilhões.

IDP inalterado – Sempre reafirmando que a previsão de ingresso de Investimento Direto no País (IDP) neste ano deverá superar o volume necessário para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano, o mercado financeiro o manteve em US$ 80 bilhões, mesmo montante previsto para 2024.

Fonte: capitalist

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