Após elevar, por duas vezes seguidas (de 4,90% para 4,92% e depois, para 4,93%) a previsão do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o mercado financeiro reduziu a 4,86% sua expectativa em relação ao indicador oficial de inflação para este ano. Há um mês, a expectativa era de 4,90%.
Na mesma linha, também caiu a projeção para 2024, que baixou de 3,89% para 3,86%, enquanto se manteve em 3,5%, pela oitava semana consecutiva, aquela para 2025 e para 2026, neste caso, pela décima-primeira vez. Esses dados constam do Boletim Focus, que foram divulgados, nesta segunda-feira (18) pelo Banco Central (BC).
Em que pese a redução verificada para 2023, nesta última projeção do IPCA, ela continua superando o teto da meta de inflação, fixada em 4,75% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Caso tal prognóstico se mantenha, este representaria o estouro da meta de inflação do país, pelo terceiro ano seguido. Em agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) projetou uma inflação de 4,9% para este ano e de 3,4% para 2024, a exemplo da reunião anterior.
Em contraste, o prognóstico para o PIB (Produto Interno Bruto) apresentou avanço, indo de 2,64% para 2,89% para 2023, mas foi mais moderado para o ano seguinte, passando de 1,47% para 1,5%, Já para 2025, houve retração, de 2% para 1,95%, e estabilidade para 2026, que permaneceu nos mesmos 2% anteriores.
Mantidas ‘imexíveis’ há seis semanas, as estimativas para a Selic (taxa básica de juros) continuaram em 11,75% ao ano, 9% ao ano, 8,5% ao ano, para 2023, 2024 e 2025, respectivamente. Para 2026, a taxa igualmente continuou em 8,5% ao ano.
No plano cambial, a expectativa do Focus para o dólar este ano recuou de R$ 5 para R$ 4,98, ao passo que para 2024, a projeção caiu de R$ 5,02 para R$ 5. Para 2025, porém, a cotação da moeda ianque foi mantida em R$ 5,10, enquanto esta cresceu de R$ 5,15 para R$ 5,18 para 2026.
Ao contrário da estimativa oficial do IPCA, a projeção para os preços administrados para este ano voltou a subir, avançando de 10,10% para 10,20%, ante o patamar de 10,02%, há duas semanas. Há um mês, a taxa era de 9,93%. Para 2024, houve queda, por este critério, de 4,28% para 4,27%, quando o prognóstico era de 4,30%, há quatro semanas.
Na semana anterior, o Focus observou elevação, pela sétima vez seguida, dos preços administrados, de 10,02% para 10,10%, que era de 9,03%, nas quatro semanas anteriores. Para 2024, a estimativa havia sido mantida, como na semana anterior, em 4,28%, o mesmo ocorrendo para 2025 (3,81%) e para 2026 (3,5%).
Ainda no caso dos preços administrados, no mês passado, o Copom havia atualizado suas estimativas para 9,4% em 2023 e para 4,6% no ano que vem.
Fonte: capitalist