“Decidimos suspender humanitariamente a mobilização nacional nas estradas enquanto uma investigação internacional exaustiva, transparente e independente é conduzida sobre todos os eventos resultantes da intervenção policial e militar”, declarou em um comunicado o grupo dos apoiadores de Evo, conhecido como “Pacto de Unidade”.
Apesar da decisão, o grupo que reúne apoiadores do ex-presidente boliviano (2006-2019) indicou que dará continuidade a outras formas de protesto em todo o paí, que enfrentava bloqueios de estradas há duas semanas.
“Continuaremos com outras medidas de pressão, como mobilizações, passeatas, panelaços, protestos em cidades e a defesa pela cesta básica”, afirmaram em comunicado.
Dias atrás, o ministro da Justiça boliviano, César Siles, reiterou seu pedido ao Ministério Público para que emitisse um mandado de prisão contra o ex-presidente Morales, acusando-o de “terrorismo e incitação pública à prática de crimes” em relação a esses protestos.
Segundo argumentou o ministro, “90% do povo boliviano está convencido de que uma maneira de pacificar o país é encontrar os principais responsáveis por esses bloqueios criminosos, e um deles é Evo Morales”.
Desde o começo de junho, manifestantes bloqueiam estradas na Bolívia, exigindo a renúncia do presidente Luis Arce e a aprovação da candidatura de Morales para as próximas eleições. Apesar de uma decisão judicial que considerou sua participação ilegal, eles argumentam que a Constituição boliviana não permite um terceiro mandato, mesmo que não seja consecutivo.
Morales alega que essa proibição tem motivação política e declarou que continuará com sua intenção de participar das eleições, afirmando que “só o povo pode pedir” que ele recuse suas ambições presidenciais.
Fonte: sputniknewsbrasil