Está marcada para a próxima segunda-feira (24) uma audiência pública destinada a esclarecer declarações dadas à Polícia Federal em 2017 pelo empresário Marcos Valério, condenado no caso do mensalão, que veio à tona em 2005. A audiência, da Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC), está marcada para as 10 horas. A marcação da audiência na semana anterior à das eleições é criticada por senadores da oposição.
O requerimento para o debate foi feito pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE). Segundo o senador, Marcos Valério, que cumpre pena desde 2013 por peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, teria dito em depoimento à Polícia Federal que o Partido dos Trabalhadores mantinha relação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
No requerimento, o senador alega que Valério falou no depoimento sobre o recebimento clandestino de dinheiro de empresas de ônibus, de operadores de transporte pirata e de bingos e que os repasses financeiros ao partido seriam uma forma de lavar recursos do crime organizado. O depoimento à Polícia Federal foi dado em 2017, em acordo de delação premiada homologado no ano seguinte pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última reunião da CTFC, na terça-feira (18), senadores oposicionistas tentaram, sem sucesso, adiar a reunião. Um dos argumentos é de que as investigações relacionadas ao depoimento já foram encerradas e os fatos relativos ao caso que geraram processos já foram julgados pelo Judiciário. Para os senadores, não se justifica resgatar o assunto para fazer a audiência antes das eleições, em um período de clara polarização.
Convidados
Marcos Valério foi convidado, mas já confirmou que não comparecerá à audiência, de acordo com o que está registrado nesta sexta-feira na pauta da reunião publicada pela CTFC. É o caso também da deputada estadual por São Paulo Janaína Paschoal. Confirmaram presença o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Wagner de Campos Rosário e a ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon, além de Edson Garutti Moreira, do Ministério da Justiça, e Fabiano de Lucena Martins, da Polícia Federal. A representante da Transparência Internacional Brasil, Amanda Faria Lima, ainda não confirmou se participará da reunião.
*Com informações de Agência Senado