Ao recuar 1,29% em dezembro, IPP da indústria acumula alta de 3,13% em 2022


Referência para a ‘inflação da porta de fábrica’, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) caiu 1,29% em dezembro último em relação ao mês anterior, informou, nesta quarta-feira (1º), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A variação negativa é quinta seguida do indicador, que acumulou alta de 3,13% em 2022, terceiro menor percentual anual da série histórica, iniciada em 2014. Em decorrência, 15 das 24 atividades pesquisadas pelo instituto recuaram em dezembro, ante novembro do ano passado.

Ao comentar que o resultado do mês passado ‘consolida a trajetória deflacionária da indústria’, iniciada no segundo semestre de 2022, o gerente do IPP, Felipe Câmara, explica que este fato está ‘associado, em grande medida, aos preços em baixa das commodities no mercado internacional. “Barril de petróleo, minério de ferro e insumos fertilizantes são alguns dos produtos de destaque nesse sentido”, acrescentou.

Segundo Câmara, outro fator determinante para o recuo da inflação industrial foi a redução do preço do óleo bruto, como reflexo da baixa dos preços internacionais, com ‘impacto direto sobre o resultado das indústrias extrativas’, devido à retração de custos dessa cadeia derivada, a exemplo do refino e de outros produtos químicos, que se refletiu, ainda, no preço final praticado nesses setores.

No que toca aos alimentos, a alta moderada de dezembro decorre de aumentos pontuais nos preços. “Produtos com influência grande no resultado do setor, como carne bovina e leite, mantiveram a dinâmica de meses anteriores, com os preços em viés de baixa em face da maior oferta nesta época do ano. Influência superada por aumentos como o do açúcar cristal, provocado por uma expansão lenta da oferta nacional, ou do farelo de soja, que acompanhou a alta corrente do mercado internacional”, comentou o gerente do IPP.

Entre as atividades industriais, as maiores variações negativas, ante novembro, couberam às indústrias extrativas (-7,21%); refino de petróleo e biocombustíveis (-5,46%); madeira (-2,96%); e outros produtos químicos (-2,79%). Por sua vez, as atividades que exerceram maior peso no indicador foram: refino de petróleo e biocombustíveis (-0,68 ponto porcentual), indústrias extrativas (-0,33 p.p.), outros produtos químicos (-0,25 p.p.) e metalurgia (-0,08 p.p.).

Entre as variações positivas acumuladas no ano passado, as mais expressivas foram: papel e celulose (19,45%), impressão (19,17%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (16,99%) e fabricação de máquinas e equipamentos (15,71%).

Fonte: capitalist

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