Sabia que as PICS existem no SUS?
🎉A boa notícia é que hoje existe uma política nacional e estadual que institucionaliza 29 práticas (Yoga, acupuntura, homeopatia, arteterapia, biodança…) através do SUS, mas ela precisa ser ampliada e conhecida por todos.— Náustria (@Naustria_rj) August 26, 2022
“Não se tratam de tratamentos alternativos, mas tratamentos que envolvem outra racionalidade médica, racionalidades milenares, como a medicina chinesa“, defende a professora Fatima Sueli Ribeiro, coordenadora do Grupo Temático Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares (GT-RM-PIC) da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).
“A demanda pelos tratamentos com as Práticas Integrativas e Complementares pode se dar por encaminhamento médico. É muito frequente o encaminhamento de ortopedista para tratamentos de acupuntura na iniciativa privada”, relata Ribeiro.
“A ampliação da busca destas terapias é internacional, observado em vários países. No Brasil, essa ampliação se expressa nos dados do Ministério da Saúde”, diz a coordenadora da Abrasco.
“O que todas essas práticas têm em comum é a ausência de uma base de evidências sólida que indique que são seguras e que trazem benefícios específicos para o paciente, para além do efeito placebo”, aponta o diretor do IQC. “O Estado não deveria subsidiar práticas que prometem promover saúde na ausência de evidências científicas de que são seguras e de que cumprem o que prometem.”
“Qualquer política nacional de saúde precisa ser discutida com a sociedade em geral e com os profissionais da saúde, além, claro, da necessidade de se deixar claro a fonte de financiamento. Também precisa ser periodicamente avaliada para que se possa corrigir eventuais distorções”, diz Cavalcante.
Medicina antroposófica e os movimentos antivacina
“Aqui no Brasil, a Associação Brasileira de Medicina Antroposófica é completamente a favor da vacina. Nós lutamos para que a vacinação contra a COVID-19 e todas as vacinações aconteçam“, afirmou Castro.
“Há uma briga de alguns grupos um pouco mais, vamos dizer assim, ‘xiitas’. Eles se amparam um pouco nisso que aconteceu na Alemanha, mas aqui no Brasil a nossa associação se pautou por apoiar completamente o Programa Nacional de Imunizações [PNI] e seus projetos de vacinação, como uma das formas de a gente lutar contra a COVID-19. Isso tem que ficar bem claro”, ressaltou.
Antroposofia é a própria medicina, diz paciente
“Isso tem sete anos. Nessa época, ele tinha três. A minha segunda filha, por exemplo, que tem sete anos hoje, deve ter tomado antibiótico umas duas vezes na vida só”, disse Cassandra.
“Os métodos convencionais, da medicina tradicional, avaliam a população no geral, mas não o indivíduo. Já nossa vivência terapêutica é muito individualizada“, afirma Castro.
Musicoterapia, biodança e constelação familiar
Sim, ajudei a levar o problema da CONSTELAÇÃO FAMILIAR para a ONU. Ano passado abriu uma chamada para escrevermos sobre problemas no Brasil para que a ONU verificasse. Eu e outros colegas escrevemos um input longo sobre o tema. A ONU leu e incluiu em um relatório recente. pic.twitter.com/UFd2t5eJpN
— Gabriela Bailas, PhD 🇧🇷🇵🇱 (@bibibailas) February 27, 2023
“Trata-se de uma forma de psicoterapia de grupo que embute uma série de pressupostos mágicos e religiosos — só por isso não deveria fazer parte do sistema público de saúde — e prega uma ideologia machista que tem potencial de causar danos à psique dos participantes”, critica Orsi.
Terapias naturais estão ‘ligadas às culturas indígena e afro’ e ‘comprometem lucros de farmacêuticas’
“Herdamos esses conhecimentos, que ainda subsistem, mas sistematicamente são negados ou apropriados pelo comércio capitalista, seja pela industrialização dos princípios ativos, seja pelo questionamento dos efeitos que secularmente são demonstrados”, critica Ribeiro.
“Não se trata de negar os avanços do modelo biomédico. Pelo contrário, é inegável o papel das vacinas, dos transplantes e dos antibióticos na esperança de vida humana”, observou.
“A convivência destas duas racionalidades pode favorecer e ampliar o cuidado em saúde e ser muito benéfica na promoção da saúde, na redução das iatrogenias [efeitos adversos ou complicações resultantes do tratamento médico] e das intervenções invasivas e no uso crônico de medicamentos”, argumenta.
Fonte: sputniknewsbrasil