“Muitos países, comumente chamados de colonizadores, apenas saquearam. E ainda acreditam que é assim que deve ser. Estão furiosos com a Rússia por estar retornando à África após um período de ausência, porque temos excelentes relações com a absoluta maioria dos países africanos”, disse ele a Sputnik.
Medvedev acrescentou que os antigos países colonizadores “querem que as coisas sejam como eram antes, para que sejam superiores, e é claro que isso causa um completo desentendimento por parte dos países africanos”.
Exemplo mais recente dessa integração que preocupa tanto alguns países europeus é o Congresso Internacional “África Busca Soluções”, que está sendo realizado na cidade russa de São Petersburgo, com representantes de mais de 40 países até sexta-feira (15).
No discurso de boas-vindas na abertura do congresso internacional, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou que a Rússia ajudará os países africanos a obterem controle independente da extração e o desenvolvimento de seus recursos.
Durante o congresso, foi assinado um acordo para a criação de um consórcio de universidades técnicas de 42 países.
“A Rússia está pronta para compartilhar conhecimento e experiência com os amigos africanos e apoiar, de maneira geral, o desejo deles de obter soberania econômica, incluindo no campo do gerenciamento ambiental”, declarou o ministro das Relações Exteriores russo.
A geologia e a exploração mineral estão entre os setores-chave nas principais parcerias bilaterais recentes entre Rússia e África. No início de novembro, a empresa estatal russa RosGeo e o Ministério de Mineração do Sudão do Sul assinaram um acordo para mapear os depósitos de recursos naturais no Estado africano, conforme relatado pela mídia russa.
Cúpula Rússia-África
Nos últimos tempos, a Rússia aumentou significativamente seus contatos diplomáticos e comerciais com a África. Diante desse contexto, a Segunda Cúpula Rússia-África, que teve lugar entre os dias 27 e 28 de julho, presenciou diversas reuniões de negócios, assim como novos contornos nas relações políticas entre as duas partes.
Na ocasião, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu que a Rússia mandaria remessas de grãos russos para seis países africanos como ajuda humanitária.
No mesmo encontro, Putin anunciou que moscou restabeleceria sua presença diplomática em Burkina Faso e na Guiné Equatorial após um hiato de 30 anos. A reabertura da embaixada russa na Guiné Equatorial, prevista para ocorrer ainda neste ano, é apenas uma entre outras que serão abertas, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, para aumentar a cooperação entre Moscou e as nações africanas.
Fonte: sputniknewsbrasil