No fim de 2022, um ano antes de sua morte, Henry Kissinger, um consequente e altamente controverso ex-secretário de Estado dos EUA, viu certos “sinais ruins”.
“O tempo está se aproximando para implementar as mudanças estratégicas que já foram realizadas e integrá-las em uma nova estrutura para alcançar a paz através da negociação”, disse o proeminente diplomata, pedindo o fim da guerra apoiada pelo Ocidente na Ucrânia contra a Rússia.
Kissinger fez esses comentários em um artigo intitulado “Como evitar outra guerra mundial” na revista britânica The Spectator, observando que os “milhares de armas nucleares” da Rússia fazem dela “uma das duas maiores potências nucleares do mundo.”
A aparente indiferença do Ocidente em relação à perspectiva de guerra nuclear e a incompetência estratégica em permitir que a Rússia e a China unam forças foi criticada por David Oualaalou, ex-analista de segurança internacional em Washington DC, que debateu com a Sputnik os últimos desenvolvimentos no conflito russo-ucraniano.
“Putin não vai blefar sobre isso, porque é o que se espera dos russos, do povo russo, de seu líder para defender o país por qualquer meio, à medida que estamos pressionando mais e mais” disse Oualaalou, observando que Moscou vê o conflito como uma questão de importância existencial.
“A ideia para mim, do jeito como eu vejo, é que [o premiê húngaro Viktor] Orbán não quer ter o seu país no meio disso, sendo membro da OTAN ou não neste momento”, acrescentou, caracterizando o líder europeu como uma voz de sanidade sobre a questão.
Kissinger, creditado por colocar os EUA no caminho para o domínio global na década de 1970, trabalhou para garantir que a China e a Rússia permanecessem divididas durante seu tempo como secretário de Estado dos EUA, buscando uma abertura de relações com a China para aproximá-la dos EUA. Mas a belicosidade ocidental agora funcionou para criar uma forte parceria entre os dois países, argumentou Oualaalou – formando uma aliança que as potências ocidentais não seriam capazes de superar por meios militares.
“A aliança estratégica entre a Rússia e a China não vai ser sobre a tomada de países, não vai ser sobre a produção de mísseis ou outras coisas. Vai ser sobre garantir justiça e equidade no cenário global […] [Com] esses dois países – Rússia e China – juntamente com outros, a OTAN não terá chance. Os EUA não terão chance”, afirmou o especialista.
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Fonte: sputniknewsbrasil