“Diferentemente do Japão e da Coreia do Sul, que são países que emergem a partir do pós-Segunda Guerra Mundial atrelados à área de influência dos EUA, a China fez uma revolução em 1949, que deu liberdade de manobra para gerir sua política externa de acordo com seus interesses”, explica Jabbour.
“Não tem neutralidade na política. A China busca os interesses dela, assim como nós deveríamos buscar os nossos interesses e os americanos buscam os deles. Cabe a nós, aqui no Brasil, observar essa tendência da China, de como ela opera sua política externa, e buscar oportunidades para o Brasil [a partir] dessa política externa que a China tem. E não são poucas as oportunidades abertas ao Brasil.”
“Boa parte dos estudos sobre a China é carregada de estereótipos, de preconceitos e de juízo de valor. Por isso acabamos sendo levados a ter uma desinformação muito grande sobre a China e perdemos oportunidades que a China pode oferecer.”
“É o país que mais cresce no mundo; consequentemente, quando se aumenta a renda do país, as possibilidades de mobilidade social são imensas. O Brasil é o extremo oposto, onde não tem dinheiro circulando, tem um conflito distributivo, gera estagnação social, estratificação social. Isso dá margem para que o fascismo ganhe possibilidade de ação entre muitos membros da sociedade. Vide Brasil, EUA e Europa, onde a estratificação social corre a céu aberto.”
“E quem está oferecendo isso ao mundo hoje? A China. Por isso é quase que natural essa tentativa de muitos países de fazer parte do BRICS, porque é uma alternativa real à dominação exercida pelo chamado Ocidente, essa meia dúzia de países que se reúnem de vez em quando no G7 e acham que o mundo pensa como se estivéssemos 50 anos atrás.”
Fonte: sputniknewsbrasil