Analista: agitação na Geórgia integra plano ocidental para usar vizinhos da Rússia em guerra híbrida


Na segunda-feira (29), o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, anunciou que os EUA “se uniriam aos apelos para observadores internacionais e locais para uma investigação completa de todos os relatos de violações relacionadas às eleições”.
De acordo com o analista e especialista em política do Cáucaso, Stanislav Tarasov, a estratégia não é nova e foi criada para pressionar o partido governante a se tornar mais maleável aos interesses ocidentais.
“Os Estados Unidos e a União Europeia querem criar um pacote completo de situações de conflito: Moldávia, Geórgia, Ucrânia, e jogar esses jogos como um grande mestre em vários tabuleiros, cedendo em alguns lugares e atacando em outros”, disse Tarasov à Sputnik.
A Geórgia pode esperar mais pressão do Ocidente, incluindo sanções, se o governo do Partido do Sonho Georgiano mantiver sua independência em política externa e interna, acrescentou Tarasov.
Homem segura as bandeiras da UE e da Geórgia durante protesto contra os resultados das eleições parlamentares, na capital Tiblissi, em 28 de outubro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 28.10.2024

Apontando para a improbabilidade de o Ocidente conseguir derrubar o partido que conquistou quase 54% dos votos e reuniu assentos suficientes para formar um novo governo, Tarasov acredita que as alegações de fraude e manipulação da oposição podem não ter como objetivo derrubar o governo, mas forçá-lo a aceitar membros da oposição em uma coalizão para “erodí- lo” por dentro.
“Neste caso, o plano não visa tanto desestabilizar a situação doméstica, mas é uma abordagem tecnológica puramente política projetada para forçar o Georgian Dream a aceitar a ideia de uma coalizão”, disse Tarasov.
Uma vez lá dentro, a oposição pode bloquear certas políticas, incluindo projetos regionais econômicos e de infraestrutura como o Corredor de Transporte Norte-Sul, que permitiria que Tbilisi escapasse completamente do controle político e econômico do Ocidente, de acordo com o analista.

“Eles imporão sanções […] eles não podem muito bem enviar as Forças Armadas ou algum corpo expedicionário. Primeiro eles os alimentam com alguns investimentos, então eles impõem sanções; primeiro eles abrem um regime de vistos; então eles impõem proibições, e assim por diante […]. Este é o esquema primitivo na versão americana do governo colonial sendo implementado em relação à Geórgia,”, afirmou o observador.

O analista acrescentou que “os americanos entendem que não podem segurar a Geórgia, mas podem desestabilizar a situação na região por meio disso. É isso que eles estão fazendo – é uma operação de contenção”, resumiu.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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