“O Assad muda e diz que qualquer muçulmano, de qualquer grupo religioso, pode chegar ao poder na Síria. E aí ele começa a governar dentro de um Estado laico. É importante também dizer isto: o governo sírio, tanto do Assad pai quanto do Assad filho, não era um governo religioso, não era um governo teocrata. Era um Estado laico, que vai ter dentro do ministério sunitas, drusos, cristãos, toda a diversidade religiosa. E, mais ainda, eles vão dar a liberdade religiosa para todo e qualquer grupo religioso, incluindo os cristãos”, explica.
“Porque depois ele fecha as fronteiras, então quem conseguiu sair, saiu. Quem não conseguiu está saindo ilegalmente. E esse massacre para as minorias religiosas da Síria já estava sendo esperado, e não são só os alauítas, os cristãos também. Recentemente, há umas duas ou três semanas, eles pegaram o filho do patriarca sírio, da Igreja Ortodoxa síria, rasparam a barba dele, o próprio patriarca, rasparam a barba, rasparam o cabelo, numa situação de humilhação, prenderam, torturaram”, afirma a especialista.
“Mas é fato que houve pelo menos centenas, se não milhares de civis que foram mortos nas últimas duas semanas, mais ou menos, nessa região costeira da Síria, majoritariamente alauítas”, ressalta o especialista.
“Por exemplo, agora, na mesma medida em que o governo Bashar caiu, Israel aproveitou a situação para tomar novos territórios [na Síria].”
“Se isso não for de alguma maneira resolvido, não houver um esforço de entendimento, de reconciliação, talvez possa escalar para outro conflito mesmo”, afirma.
Fonte: sputniknewsbrasil