“A Internet, inclusive o desenvolvimento da computação, se deu para decifrar códigos de guerra. Tudo isso foi produto do desenvolvimento da tecnologia, por isso alguns atores, alguns filósofos, dizem que a guerra promoveu o desenvolvimento [do ambiente digital]”, afirma.
“Nosso comportamento é codificado como um grupo de pessoas que atuam da mesma maneira, e são feitos discursos e narrativas específicos para esse grupo, para que ele tome determinadas decisões. Dessa forma, molda-se a percepção em função da capacidade que se utiliza: tenho que compreender um assunto, esse assunto é transmitido a mim através desses meios e vão moldando minha percepção da realidade, vão construindo uma nova realidade a partir dessas narrativas”, destaca.
“A máquina de visão é a possibilidade de observar todo o campo do inimigo. Ou seja, o grande general, aquele que vai vencer a próxima guerra, é quem tem o controle da visão do campo, não só do campo de batalha, mas do campo total. É capaz de observar o que o inimigo produz, suas fábricas, seu sistema político, como está seu sistema econômico, e, a partir daí, tirar lições que permitam utilizar essas informações como uma vantagem de guerra […]. Portanto se transformou em um instrumento perigosíssimo.”
“Conhecimento é classificação e organização das informações. Excesso de informação não é excesso de conhecimento. Conhecimento é saber selecionar dentre todas essas informações a informação valiosa para o conhecimento. Portanto a regulamentação é absolutamente necessária. Não só a Rússia está preocupada, o Brasil e muitos países europeus também estão preocupados em regulamentar essa informação, esse mecanismo de informação social de um alcance assustador”, explica.
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“Quando Elon Musk achou que podia se confrontar com as decisões do Judiciário brasileiro para proteger golpistas no Brasil, proteger perfis e não retirar [do ar] conteúdos do antigo Twitter, ele teve que recuar, porque ele não consegue enfrentar os bloqueios que o país […] consegue fazer. Então a gente tem condição, sim, de se proteger. Agora, me preocupa que essa proteção seja feita de acordo com a Constituição do país, com a democracia, e não para retirar conteúdos conforme o interesse do governante de plantão”, conclui o especialista.
Fonte: sputniknewsbrasil