“A questão da retenção do Centauro está muito mais ligada a problemas entre a Itália e a Alemanha do que entre a Alemanha e o Brasil. Nós já conseguimos consertar nossa relação com a Alemanha em relação à exportação dos Guaranis para as Filipinas. A Alemanha forneceu os equipamentos necessários, e eles, hoje em dia, já foram entregues ao Exército filipino. Então o problema maior é entre a Itália e a Alemanha.”
“A conjuntura da Operação Militar Especial na Ucrânia constrange os Estados a se aproximarem do BRICS ou da [Organização do Tratado do Atlântico Norte] OTAN e essas ações costumam pressionar os países sul-americanos. No âmbito da política interna alemã, a frente Aliança 90/Verdes está perdendo espaço e a retenção do carro de combate no porto pode representar algum tipo de preocupação com questões mais pacifistas que estavam na pauta da sociedade antes de 2022.”
“A aquisição de veículos autopropulsados de artilharia pelo Exército Brasileiro apresenta um exemplo, onde participaram do processo vários países como a China. Dentro do BRICS, a própria Índia é muito dependente de fornecedores externos, mas além da transferência de tecnologia, o armamento é produzido localmente. Novamente, a Alemanha demonstra que o Brasil necessita repensar seu programa de modernização de blindados para reduzir a dependência do exterior, diversificar parcerias com outros países e fortalecer a indústria nacional”, conclui o especialista.

Fonte: sputniknewsbrasil