Análise dos alertas de desmatamento na Amazônia Legal: jan/fev 2023


O Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER) é um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O sistema apresenta informações sobre indicativos de desmatamento desde 2004, tendo como principal objetivo a aplicação imediata de políticas públicas, sobretudo de fiscalização ambiental, com ações preventivas e repressivas, além de auxiliar planejamentos institucionais. Em 2016, o DETER foi aprimorado com a adoção de imagens de resolução mais alta.

Considerando que o sistema DETER usa imagens de satélite ópticas e que há grande concentração de nuvens principalmente durante o período chuvoso (novembro a abril), existe a possibilidade de algumas alterações florestais terem ocorrido em períodos anteriores, assim como de eventualmente possuírem autorizações de supressão emitidas por secretarias estaduais de Meio Ambiente.

O sistema DETER foi criado para apontar onde o desmatamento está ocorrendo e, assim,  orientar ações de fiscalização. Ele não é adequado para medir quanto foi desmatado porque as imagens de satélite têm menor resolução e  interferência de nuvens. O desmatamento é medido por outro sistema do INPE, o PRODES, divulgado anualmente.

Nos meses de janeiro e fevereiro de 2023 foram identificados pelo sistema DETER 489 km2 de área com indícios de desmatamento na Amazônia Legal. Trata-se da segunda maior área desmatada nesses dois meses desde 2016, início da série histórica – o recorde ocorreu no mesmo período do ano passado (629 km2).

 

  ¹ Alertas nas categorias desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação e mineração.11

 

Dos 772 municípios na Amazônia Legal foram identificados alertas de desmatamento em 204. No entanto, 15 municípios concentraram mais da metade dos alertas. 

Município

Área desmatada (km2)

Feliz Natal – MT

39,32

Porto dos Gaúchos – MT

31,67

Querência – MT

23,92

Apuí – AM

17,09

Rorainópolis – RR

15,02

Tabaporã – MT

9,87

Caracaraí – RR

9,77

Canutama – AM

7,63

Juara – MT 

6,97

Paranaíta – MT

6,82

Santa Carmem – MT

5,16

Itaituba – PA

4,98

Paranatinga – MT

4,86

Manicoré – AM

4,08

Porto Velho – RO

3,32

Como pode ser observado na tabela acima, 47,5% dos alertas de desmatamento foram identificados no estado do Mato Grosso, seguido do Pará (16% da área de alertas). Mais da metade dos alertas de desmatamento ocorreu em áreas registradas no CAR, com prevalência de grandes imóveis (acima de 15 módulos fiscais). 

O MMA, no âmbito das ações de emergência do Eixo de Monitoramento e Controle do PPCDAm (Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia),  juntamente com Ibama, ICMBio e Serviço Florestal Brasileiro, tomarão medidas para responsabilizar e embargar remotamente  desmatamentos que não possuírem autorização válida, dentre outras medidas administrativas, que poderão inclusive bloquear o acesso dos imóveis com desmatamento ilegal a crédito e à cadeia de compradores do agronegócio.

 

 

Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial

Fonte: gov.br

Anteriores F1: Chefe da Aston Martin quer equipe com ‘pés no chão’ após o GP do Bahrein
Próxima Arroz busca abertura do mercado chinês em 2023