“[…] esse discurso [de Trump] é carregado de uma visão estritamente empresarial — é como se fosse um investimento, só que um investimento em uma guerra que já dura três anos e que ceifou centenas de milhares de vidas, e está colocando um país inteiro em um caos político, econômico e até demográfico sem precedentes”, afirma.
“Então fica difícil você querer negociar um ativo do qual você não dispõe […]. Curioso que o próprio Zelensky, o próprio gabinete do Zelensky, já admite a impossibilidade de restaurar as chamadas fronteiras de 1991, que seria expulsar as tropas russas de todos os territórios ‘ocupados’, incluindo Donbass e a Crimeia […]. Ele mesmo já considera essa proposta irrealista. Só que, se ele está usando os depósitos minerais como barganha para a continuidade da guerra, então o que parece é que ele realmente quer que uma nova estratégia seja utilizada para reocupar esses territórios”, explica.
“Eu acho que a Rússia tem uma grandeza, especialmente do ponto de vista militar, que não precisa prometer nada em troca de uma negociação com o Zelensky. E as questões que eles têm em mente em relação à Ucrânia são questões, de certa forma, do ponto de vista russo, legítimas. Tanto na parte do não cumprimento dos Acordos de Minsk quanto da presença, da tentativa da presença da OTAN em território ucraniano, do ingresso da Ucrânia na OTAN.”
“O Trump é menos intervencionista, mas se isso acontecer, a Rússia pode responder a esse aumento da influência dos EUA. Mas não é o que tende a acontecer. […] Eu não acredito que isso ocorra, eu acho muito difícil o Trump, através da perspectiva de mundo que o Trump possui, que esse conflito continue. É muito possível que eles busquem uma resolução para a questão.”
Fonte: sputniknewsbrasil