“Como a Petrobras está submetida aos interesses de um país, ela pode optar pela desaceleração da produção, por exemplo, por motivos de preço ou política industrial. Uma empresa privada, submetida à lógica do lucro máximo, não.”
“As empresas terão total liberdade para acessar esses reservatórios estratégicos e redirecionar o petróleo produzido nesses campos para fora, ampliando uma lógica primária exportadora brasileira. Não há como restringir o uso desses recursos, dessa renda gerada em novos investimentos, seja na atividade exploratória do pré-sal ou de novas atividades industriais no Brasil”, disse em entrevista à Sputnik.
“O fato de ela [Petrobras] não exercer a preferência não quer dizer que não possa concorrer. Ela pode concorrer, e concorrer em pé de igualdade com qualquer uma. A Petrobras tem plena condição de fazer isso. Dependendo, uma ou outra estrangeira vai preferir que a Petrobras esteja junto [na extração].”
Pré-sal comanda indústria do petróleo no Brasil
“[O projeto de lei] retira o caráter do regime de partilha de uma política de Estado e confere uma discricionariedade muito grande ao CNPE e ao governo de plantão para decidir a qual tipo de regime ou a qual interesse de curto prazo vão estar endereçados esses blocos, essas áreas exploratórias.”
“Agora os preços estão sistematicamente mais elevados e a área do pré-sal já foi toda mapeada, não há risco na exploração. […] Obviamente, coloca o CNPE sob risco de captura dos interesses estrangeiros.”
“É indiferente. Qualquer uma das leis funciona para o Brasil. É uma questão só de política estratégica. Acho que não há nada que possa prejudicar [o país], mas, certamente, se for aprovada como está, tirar a preferência da Petrobras aumenta a concorrência”, concluiu o especialista.
Fonte: sputniknewsbrasil