“A África do Sul é muito rica na parte turística, então a rede hoteleira dela passou a atuar em países também de caráter turístico, como Tanzânia. […] Na parte de telecomunicação, a África do Sul também tem acordos com Quênia e Gana.”
“A gente não pode esquecer que, historicamente, a África do Sul sempre foi importante por suas minas de diamante e ouro. Além disso, a indústria sul-africana, em um contexto continental, é evidentemente robusta. Aqueles produtos que não entrariam no mercado norte-americano, como recursos minerais, ela [a África do Sul] consegue exportar para outros países.”
África do Sul precisa lutar contra o passado
“Acredito que a África do Sul vem buscando mudar a sua política externa para garantir, cada vez mais, estar muito mais próximo às demandas africanas do que, necessariamente, apenas uma inserção como um Estado uno dentro do sistema internacional.”
“A África do Sul vai precisar correr atrás de mercados consumidores, de países vizinhos. Isso pode levar a fortalecer laços com Moçambique, Angola, Zimbábue, Lesoto, Suazilândia, Botsuana. […] Por mais que ela não consiga absorver todo o recurso, todo o tipo de produto que ela estava exportando para os EUA, ela vai conseguir vender para esses países lindeiros.”
“O que a gente vê bastante é que as economias africanas, até certo ponto, são baseadas em projetos de exportação para fora. Então, muito do comércio intra-africano e tanto dessa potencialidade, como ganhos e desvantagens, ainda é muito perdido. Não só porque existem entraves geográficos, mas também algumas deficiências de infraestrutura e de conectividade entre esses países africanos.”
“[O tarifaço força a] buscar o desenvolvimento de novas infraestruturas para além das commodities e dos produtos industrializados, que não existem. Então, além de aumentar a industrialização, também tem que pensar compartilhamento de informação, coordenação entre atividades econômicas do país, desenvolvimento de infraestruturas, sejam tanto para exportação internacional, regional e nacional.”
“Esses corredores marítimos podem ser uma alternativa até mais natural e de curto ou médio prazo para o escoamento dessas exportações que não seguiriam para os Estados Unidos. É pensar também como essa infraestrutura já existe e como pode ser acoplada para o contexto atual.”
“A África do Sul pode aproveitar esse cenário. Ela é bioceânica. Então ela também está em uma dinâmica do Índico, como também do Atlântico Sul. Principalmente por uma dinâmica do Índico. Ela busca fortalecer laços com os países do Oriente Médio. O que pode levar, por exemplo, a uma solução a curto ou médio, quiçá longo prazo, para esses desafios atuais.”
Fonte: sputniknewsbrasil