“E isso tende a fazer com que determinados governos, sobretudo governos mais à direita, se tornem, em algumas ocasiões, inclusive, submissos a esse poder.”
“É bom lembrar que, apesar das ofensas que o Milei, por exemplo, fez durante a campanha contra os presidentes tanto do Brasil quanto da China, não significaram grandes mudanças nas relações diplomáticas entre a Argentina e esses dois países, justamente porque há uma relação comercial muito forte, um fluxo comercial muito intenso entre esses países”, destaca.
“Mas eu penso que o Milei tem a ganhar [com a aproximação] justamente porque ele vê em Trump uma liderança, um líder, que vai também torná-lo mais popular. Porque a gente tem que lembrar que o Milei é considerado um outsider da política em si, e muito da plataforma de governo dele, até ser eleito, se baseia também em discursos e políticas que dialogam diretamente com Trump.”
“Esse sentimento antiamericano ou latino-americano não vem de agora. A gente tem outras iniciativas, por exemplo a Alba [Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América], a Unasul [União de Nações Sul-Americanas], temos também a própria CELAC [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos], que é exatamente a instituição que deveria estar agora pautando muito esse debate sobre o Trump, mas ela se torna um tanto quanto inoperante. O que a gente vê aqui é um discurso muito em prol do latino-americanismo, mas as instâncias sofrem para colocar isso na prática.”
Fonte: sputniknewsbrasil