Um amistoso entre as seleções masculinas de futebol da
Bósnia e Herzegovina e de Israel, que seria realizado na terça-feira (26) em
Sarajevo, foi cancelado. A federação de futebol do país das Balcãs alegou questões
de segurança, embora não tenha entrado em detalhes.
“Após consultas com as autoridades competentes sobre as
circunstâncias da atual situação de segurança e o elevado nível de risco dos
jogos com a seleção nacional israelense, foi decidido cancelar o jogo em
Sarajevo”, indicou a entidade, em comunicado.
Em declarações à imprensa de Israel, o presidente da Federação
Israelense de Futebol, Shino Zoertz, confirmou a informação.
“Devido à situação tensa, a Uefa [confederação europeia de futebol] entrou em contato comigo assim que os jogos terminaram e perguntou se aceitávamos desistir do jogo contra a Bósnia e Herzegovina, que é insignificante para ambas as seleções nacionais”, disse, referindo-se às derrotas de Bósnia e Herzegovina e Israel na quinta-feira (21), respectivamente para Ucrânia e Islândia, que deixaram os dois times fora das eliminatórias para a Eurocopa deste ano.
Embora não tenham sido detalhadas essas preocupações de
segurança, a comunidade judaica da Bósnia e Herzegovina, país em que a religião
mais praticada é o islamismo, tem relatado um aumento de incidentes antissemitas
desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de
Gaza, em outubro do ano passado.
Segundo informações do site Balkan Insight, durante um
protesto pró-Palestina em Sarajevo, uma jovem segurava um cartaz com a mensagem
“Por favor, mantenham o mundo limpo”, com a imagem de uma lata de lixo com uma
bandeira israelense dentro sendo fechada.
Em outubro, o líder da comunidade judaica em Sarajevo, Jakob Finci, declarou que “o aumento do nível de antissemitismo e a falta de reação ao antissemitismo por parte das autoridades” levaram ao cancelamento de um concerto na capital bósnia que marcaria o 85º aniversário da Noite dos Cristais, pogrom contra judeus ocorrido na noite de 9 a 10 de novembro de 1938 na Alemanha nazista.
Fonte: gazetadopovo