“Se a gente considera o Ocidente o centro do mundo, o que se percebe é que esse poder é dado a partir do momento que os outros são submetidos ao Ocidente. No momento em que os outros deixam de obedecer, esse poder se enfraquece. Você manda enquanto alguém obedece. O poder do Ocidente não é nada sem o resto do mundo, inclusive ele foi construído sobre isso.”
“Hoje a Europa tem pouco a oferecer. E, ao contrário, a Europa precisa da África, da América Latina e do Oriente Médio. A periferia não vai seguir o Norte Global.”
“A crise na Ucrânia acontece quase com a pandemia de COVID-19, em que cada um parecia ter que se virar sozinho. Uma das coisas que a pandemia, então, mostrou é que não adianta depender do outro. Isso gerou um aumento da confiança da periferia em resolver seus problemas. E, com isso, os países percebem que podem desobedecer às ordens dos senhores ocidentais.”
“Se o BRICS se consolida como uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional [FMI] e ao Banco Mundial, qualquer um dos países da América Latina e da África não vai precisar pegar dinheiro do Ocidente. […] Se tirar a presença europeia, esses países conseguem dinamizar a economia, relações sociais e políticas”, finaliza.
Fonte: sputniknewsbrasil