“Os povos e os países sul-americanos não podem ficar para trás nesta etapa de nascimento da nova geopolítica mundial. A ideologização extrema das relações entre os nossos países e governos prejudicou-o bastante. Vamos colocá-la de lado, vamos ao reencontro e à integração verdadeira da América do Sul“, disse Maduro em seu discurso perante os presidentes e chanceleres dos 12 países convocados por Lula.
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— Governo do Brasil (@govbr) May 30, 2023
“Surgiu um movimento muito importante, o BRICS, muito poderoso que se converte na ponta da lança, a vanguarda dos processos de mudança da geopolítica mundial […] parece se tornar o ímã, o grupo emergente mais poderoso que com boa esperança aponta para uma mudança na geopolítica mundial”, disse o presidente da Venezuela.
Controvérsia e questionamentos
“Não se pode esconder debaixo do tapete ou fechar os olhos a princípios importantes. Respeitosamente, não concordo com o que Lula disse ontem. Não é uma narrativa, é uma realidade, é grave e tive a oportunidade de vê-la nos olhos e na dor de centenas de milhares de venezuelanos que vivem em nossa pátria e que exigem uma posição firme e clara”, assinalou Boric em diálogo com a imprensa.
“Se há tantos grupos no mundo a tentar mediar o regresso da democracia plena à Venezuela, para que haja respeito pelos direitos humanos, para que não haja presos políticos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com um dedo. Vamos dar-lhe um nome e ajudar.”
‘Ninguém é obrigado a concordar com ninguém’
“Maduro é um presidente que faz parte do nosso continente, desse pedaço de continente americano. Ele foi convidado [para a cúpula] e houve muito respeito com a participação do Maduro, inclusive com os companheiros que fizeram as críticas, que fizeram as críticas no limite da democracia. Ninguém é obrigado a concordar com ninguém. É assim que a gente vai fazendo”, comentou o presidente brasileiro.
“A mesma exigência que o mundo faz para a Venezuela, não faz para a Arábia Saudita. É muito estranho. Eu quero que a Venezuela seja respeitada. Quero isso para o Brasil e o mundo inteiro“, disse também.
“Foram sequestrados mais de sete bilhões de dólares em contas europeias e americanas, fomos roubados por empresas como a Citgo, filial da PDVSA [Petróleos da Venezuela] nos Estados Unidos e dinheiro que é do povo venezuelano para a saúde, a habitação e o desenvolvimento“, acusou o chanceler venezuelano, Yván Gil, durante a XXVIII Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e de governo, em março passado.
As conclusões
“[Os líderes] reafirmaram a visão comum de que a América do Sul constitui uma região de paz e cooperação, baseada no diálogo e no respeito pela diversidade dos nossos povos, comprometida com a democracia e os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social, o Estado de Direito e a estabilidade institucional, a defesa da soberania e a não ingerência nos assuntos internos”, lê-se no comunicado final.
Fonte: sputniknewsbrasil