Alta no diesel para bancar “carro popular” deve ter pouco impacto na inflação


Após anunciar a Medida Provisória que dá descontos para carros, caminhões e ônibus, o governo Lula confirmou a retomada parcial da tributação sobre o diesel para compensar a renúncia fiscal.

A alíquota sobre o combustível, que ficaria zerada até o final do ano, vai subir a R$ 0,11 por litro a partir de setembro. O valor representa cerca de um terço da alíquota cheia de R$ 0,35 por litro que voltará a vigorar a partir de janeiro de 2024.

Se por um lado o governo vai incentivar a venda de carros, por outro, pode aumentar a inflação, apesar da tendência de queda nos últimos meses.

“Não dá para brincar com a volatilidade do preço do diesel, que afeta toda a cadeia de produção e é aí que nasce a inflação”, disse André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV IBRE. “O diesel é um combustível que deveria ser protegido porque é estratégico para a indústria, escoamento da produção. Ele estimula a produção.”

Apesar disso, Braz acredita que o impacto pode não ser tão grande, devido a outros fatores, como redução de preços pela Petrobras.

Na mesma linha vai o professor de finanças do Insper, Alexandre Chaia. “Se a economia mundial melhorar, a tendência é que esse impacto seja bem marginal na indústria brasileira”, afirmou.

Para ele, a tendência de queda na inflação e melhora da economia com aumento do PIB (Produto Interno Bruto) favorece esse tipo de medida.

“Vai aumentar a inflação, os custos de toda a cadeia produtiva e do transporte para exportação. Vai impactar todo mundo, mas pode ser que, com as condições econômicas favoráveis, esse impacto seja neutro.”

O governo prevê que a medida arrecade R$ 1,5 bilhão em novas receitas em 2023 e outros R$ 500 milhões sejam recolhidos apenas em janeiro de 2024. O que ganhar neste ano será usado para compensar o custo de R$ 1,5 bilhão do programa de incentivo às montadoras.

Deste montante, R$ 1 bilhão será usado para dar descontos na renovação da frota de caminhões e ônibus. O valor será dado somente em caso de descarte de outro veículo similar com mais de 20 anos de uso.

Os outros R$ 500 milhões são para a venda de carros abaixo de R$ 120 mil. Os descontos são dados em sete faixas que vão de R$ 2.000 a R$ 8.000 distribuídos seguindo um critério de pontuação para cada carro, que avalia o preço, o tipo de combustível, o gasto energético e o nível de nacionalização.

Fonte: direitonews

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