Alta Corte da Espanha rejeita extradição de Oswaldo Eustáquio, vê “motivação política” em pedido do Brasil e encerra ação


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A Audiência Nacional da Espanha, a mais alta corte do país, decidiu que o jornalista Oswaldo Eustáquio não será extraditado ao Brasil. A decisão da corte espanhola aponta que o pedido do governo brasileiro tem uma “evidente conexão e motivação política”, conforme o texto da sentença divulgado nesta terça-feira (15), encerrando o caso no país europeu, onde Eustáquio está foragido da Justiça brasileira desde 2023.

“A Corte concorda em negar a extradição para a República Federativa do Brasil do nacional desse país Oswaldo Eustáquio Filho, para seu julgamento pelos fatos que motivam a solicitação desse Estado, conforme registrado no histórico dos fatos”, decidiu o tribunal. Em português, a decisão afirma que o colegiado concordou em negar a extradição pelos feitos que motivaram a solicitação brasileira.

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O tribunal espanhol fundamenta sua decisão no artigo 4º do Tratado Bilateral entre Brasil e Espanha, que veda a extradição em casos de “crimes políticos ou conexos a este” e “quando o Estado [país] tem fundados motivos para supor que o pedido foi feito com o intuito de perseguir ou castigar a pessoa, por motivos de raça, religião, nacionalidade ou opiniões políticas.”

A corte espanhola também declara que “a apreciação do pedido e do caráter do crime é de exclusiva competência das autoridades do país onde se encontra a pessoa.”

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Na decisão de 11 páginas, em espanhol, a Justiça da Espanha também considera que a motivação política é evidente no contexto de que as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra Oswaldo Eustáquio se inserem “dentro de ações coletivas de grupos partidários de Bolsonaro [Jair, ex-presidente]”.

“O contexto de contenda política no qual se desenvolvem as ditas condutas – tipificadas em nosso Código Penal como delitos menos graves – os procedimentos penais abertos no Brasil contra o reclamado [Eustáquio] por infrações penais de natureza análoga; sua condição de jornalista; as três detenções que sofreu; os maus tratos de que diz ter sido alvo – este último que foi embasado pela declaração de um grupo de deputados federais do Congresso Nacional Brasileiro, incorporado por escrito – constituem, para este tribunal, razões suficientes fundadas para crer que, ao conceder a extradição, terá um risco elevado de que a situação do reclamado no processo penal do Brasil pode ser agravada por causa de suas opiniões políticas e sua descrição de uma determinada ideologia”, diz um trecho da decisão.

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Oswaldo Eustáquio possui dois mandados de prisão preventiva no Brasil, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por ameaça, corrupção de menores e tentativa de abolição do Estado Democrático pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O pedido de extradição foi formalizado após solicitação da Polícia Federal brasileira.

Em janeiro deste ano, o conselho de ministros do governo da Espanha havia aprovado o prosseguimento do pedido de extradição. O ministro da Presidência, Justiça e Relações com as Cortes Gerais da Espanha, Félix Bolaños García, havia destacado que a extradição seguia “em conformidade com as disposições do Tratado de extradição entre o Reino de Espanha e a República Federativa do Brasil, celebrado em Brasília em 2 de fevereiro de 1988, e a legislação espanhola, geral e específica, em matéria de extradição”.

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Após a aprovação pelo Conselho de Ministros, o caso foi encaminhado à Justiça, chegando à Audiência Nacional, que possui uma função similar à do STF no sistema judiciário brasileiro. A decisão da mais alta corte espanhola encerra agora o processo de extradição de Oswaldo Eustáquio.

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Fonte: gazetabrasil

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