ALIMENTOS SUPERMERCADO Foto Getty Images
Má notícia para o consumidor de menor renda: arroz e carne suína voltam a subir, aponta Fipe.
A taxa média de inflação da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) também caminha para o campo da deflação. Divulgando pesquisas semanalmente, a entidade indica, com maior frequência, o comportamento dos preços em São Paulo.
Os dados divulgados nesta quarta-feira (17), e que mostram a evolução média dos preços dos últimos 30 dias, em relação aos 30 imediatamente anteriores, apontam para uma redução de 0,03%.
Essa queda, no entanto, foi provocada por retração de 2,33% no setor de transportes, enquanto os alimentos continuam no campo positivo, com alta de 0,34%.
Após acelerada alta, os alimentos passam por um ajuste de preços nas últimas semanas, mas ainda estão em patamares bastante elevados.
A pesquisa da Fipe mostra que o setor de alimentação teve aumento acumulado de 19,4% nos últimos 12 meses. Essa alta, após uma intensa perda de renda, fará o consumidor sentir no bolso o custo dos alimentos por um bom tempo.
A Fipe já indica uma evolução menor nas altas dos derivados de carne, dos panificados e das farinhas. A deflação atinge carne bovina, óleo de soja, além de verduras e legumes.
Mesmo com essas quedas, os preços atuais desses produtos ainda estão bastante distantes do praticados há um ano. O óleo de soja mantém alta acumulada de 30% no período; e os produtos “in natura”, de 26%.
A má notícia para o consumidor é que alguns produtos básicos retomaram a tendência de alta. O arroz, em período de entressafra, voltou a subir, ficando 2,6% mais caro nos supermercados nos últimos 30 dias. A safra gaúcha, a principal do país, só chegará ao mercado a partir dos primeiros meses de 2023.
O leite, após a acelerada alta de preços dos últimos meses —em julho subiu 22%—, perde força e está com aumento 11% em 30 dias. Os preços atuais, no entanto, ainda são 63% superiores aos praticados há um ano.
A carne suína, que que vem sendo uma substituta da bovina, devido aos elevados preços desta última, também voltou a subir. Os valores atuais, no entanto, ainda são 6% inferiores aos de há um ano. O frango, outra opção de proteína mais barata para o consumidor, mantém alta.
A deflação chegou também para batata e cebola, mas os valores atuais de negociações, mesmo com as quedas, acumulam altas de 48% e 85%, respectivamente, em 12 meses.
O retorno dos preços dos alimentos para os patamares de há um ano ainda está distante, embora a taxa de inflação possa indicar, matematicamente, estabilidade ou queda na comparação de curto prazo (Folha de S.Paulo, 18/8/22)