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O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, teve a validade de sua colaboração premiada confirmada nesta quinta-feira (21) após prestar depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante mais de duas horas, Cid forneceu esclarecimentos sobre pontos considerados omissos ou contraditórios pela Polícia Federal em depoimentos anteriores, incluindo detalhes de um suposto golpe discutido por aliados políticos no final de 2022.
Segundo o STF, a manutenção do acordo foi garantida porque o depoimento trouxe novas informações, como detalhes sobre uma reunião no apartamento do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, que teria tratado de articulações relacionadas ao suposto golpe. “As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes”, informou o tribunal.
Com a preservação do acordo, Mauro Cid continuará em liberdade enquanto as investigações prosseguem, mas poderá ser submetido a medidas cautelares.
A audiência foi convocada após a Polícia Federal identificar inconsistências no depoimento anterior de Cid, relacionadas a mensagens e reuniões envolvendo militares da reserva e lideranças políticas. Durante o depoimento, Cid mencionou encontros que, segundo ele, ocorreram no apartamento do general Braga Netto. O militar da alta cúpula também foi indiciado, junto a outras 36 pessoas, incluindo Jair Bolsonaro, no contexto das investigações sobre o suposto golpe.
Essas reuniões são investigadas por supostas articulações que visariam atacar lideranças políticas em 2022, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre de Moraes. Cid negou envolvimento direto nesses planos e afirmou desconhecer detalhes da execução das ações mencionadas nas investigações.
Além de Mauro Cid, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas por crimes relacionados à tentativa de desestabilização do Estado Democrático de Direito. Entre os delitos apontados estão tentativa de abolição violenta do Estado Democrático, organização criminosa e ações voltadas à subversão da ordem constitucional.
O relatório da Polícia Federal destacou mensagens e conversas encontradas no celular de Mauro Cid que levantaram suspeitas sobre a organização do suposto golpe. Essas informações foram cruciais para a convocação do depoimento, que visava esclarecer as lacunas apontadas pelos investigadores.
As investigações seguem em curso, e o ministro Alexandre de Moraes reforçou que qualquer descumprimento das condições da colaboração premiada poderá levar à anulação do acordo e à perda de seus benefícios.
Fonte: gazetabrasil