O 2º Encontro Estadual das Procuradorias da Mulher de Santa Catarina lotou o plenarinho da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira (4) e debateu a atuação das procuradorias nos municípios e o combate à violência contra as mulheres.
A coordenadora da Procuradoria da Mulher na Assembleia Legislativa, deputada Luciane Carminatti (PT), explica que o objetivo do encontro é debater os principais desafios e lutas por igualdade de gênero e autonomia das mulheres. Na ocasião, a parlamentar aproveitou para recordar que este é um debate sempre atual no estado, tendo em vista que Santa Catarina apresenta dados alarmantes sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres. “Somos o terceiro estado mais desigual do país em relação a salários. Em Santa Catarina as mulheres recebem salários 24% menores do que os homens. A média nacional é de 21%.”
Ela aproveitou para falar que nem todos os dados são negativos e há muitos avanços para comemorar, como as 98 procuradorias já instaladas ou em fase de implementação nas Câmaras de Vereadores. “Queremos chegar aos 295 municípios para que todas as catarinenses saibam que tem mais este local de referência e de enfretamento à violência.”
De acordo com a deputada Paulinha (Podemos), o objetivo do encontro também é estimular e discutir o papel das mulheres na política. “Um evento como este, mais do que discutir políticas públicas, tem o objetivo de engajar, de motivar mais mulheres a participar da política. Olhar para este plenarinho cheio me faz recordar do início da minha atuação política.”
Durante o evento foi promovida uma mesa-redonda com experiências trazidas pelas procuradorias de Balneário Camboriú, Fraiburgo, Jaraguá do Sul e Tijucas. De acordo com a vereadora de Jaraguá do Sul, Nina Santin (PP), a Procuradoria da Mulher, instalada em 2021 na Câmara Municipal, tem mostrado bons resultados, mas os desafios ainda são grandes. “Nossa Câmara é composta por 11 vereadores, sendo apenas duas mulheres. Sem o apoio dos homens não conseguiremos desenvolver todas as ações e projetos almejados”.
A programação contou, ainda, com apresentação de números do Observatório da Violência contra a Mulher (OVM/SC).
Vale lembrar que as pessoas que vivem em cidades que ainda não contam com a Procuradoria da Mulher podem pedir ajuda e orientação ligando para o dique 180, serviço de enfrentamento à violência contra a mulher. Além de receber denúncias de violações, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.
Agência AL
Fonte: alesc.sc.gov