A China suspendeu a exportação de carne bovina do Brasil na última quinta-feira (23). A suspensão foi motivada pelo surgimento de um caso de mal da vaca louca no Pará.
A exportação para o país asiático deve voltar a acontecer somente após as análises das informações que serão oferecidas às autoridades de Pequim pelo Governo Brasileiro.
Essa não é a primeira vez que a China suspende exportações brasileiras. O primeiro caso foi em 2019, por um período curto, de apenas 15 dias.
A segunda vez aconteceu em 2021 e essa veio a impactar o mercado brasileiro, pois a suspensão durou três meses. Na época, o valor do boi para os produtores caiu em 14%.
No entanto, a suspensão em 2021 e a atual se diferem por um motivo: o período no qual elas vieram a acontecer. Em 2021, a suspensão foi em período de abate, já a atual acontece no período de pastagem.
Impacto no mercado brasileiro
Com a suspensão das exportações para a China, os produtos deverão ser redirecionados, seja para outros países ou no mercado interno.
Para se ter uma noção, no ano de 2022, a China foi a responsável por receber 53,3% das exportações de carne bovina do Brasil. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, a cada mês o país asiático importava 107 mil toneladas de carne.
Logo, muitos produtos precisarão ser redirecionados, caso a suspensão se estenda por um grande período, como aconteceu da última vez. Se esse for o caso, os brasileiros deverão sentir as mudanças quando forem comprar carne.
Mesmo que o alimento chegue a um menor valor ao mercado, não haverá tanta demanda pelo produto devido a fins religiosos, visto que os brasileiros católicos não consomem carne por 40 dias durante a Quaresma. Durante essa época, o mercado interno já está acostumado a enfrentar a realidade de ter mais produto que demanda.
Mas o que os especialistas acreditam é que essa suspensão das exportações para a China dure menos tempo do que a de 2021. Dessa maneira, o impacto negativo ao mercado brasileiro pela suspensão deve ser consequentemente menor.
Fonte: capitalist