Álcool do pão pode alterar resultado do bafômetro? Especialista explica


Um vídeo publicado no Instagram do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) tem causado polêmica nas redes sociais. Isso porque o órgão fez um teste e comprovou que o álcool presente nos pães de forma pode alterar o resultado do bafômetro. No entanto, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) realizou uma pesquisa e explicou a situação.

De acordo com o estudo, é realmente possível que uma pessoa tenha um resultado positivo no teste caso tenha comido pão de forma. Isso acontece porque o alimento industrializado contém etanol. O líquido, na verdade, faz parte do conservante anti-mofo usado para que o produto dure mais nas prateleiras.

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Ainda assim, trata-se de um “falso positivo”. Afinal, esse álcool é eliminado do organismo em questão de minutos. O mesmo, aliás, pode acontecer com o consumo de bombons de licor, vinagres e enxaguantes bucais, por exemplo.

“Quando a gente ingere alimentos com etanol, a nossa cavidade bucal fica repleta de álcool. Essa substância, no entanto, é dissipada a partir da interação com o ar, e deixa de ser detectado em dez, no máximo 15 minutos. Se você comeu pão em casa, não se preocupe. Até tirar o carro da garagem e ser parado por uma autoridade de trânsito, já terá passado o tempo necessário para que o álcool evapore”, explica Alysson Coimbra, médico do tráfego e membro do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV).

Por outro lado, saiba que o motorista também não corre risco se estiver dirigindo e comendo esse tipo de pão. Isso porque o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) assegura o direito à contraprova. Por isso, mesmo que o condutor receba o positivo em um primeiro momento, poderá realizar um novo teste em seguida.

“Se, por algum motivo, há detecção inicial de etanol no bafômetro após o consumo de pão de forma, ela seria tão pequena que logo se dissiparia, não resultando em uma leitura positiva em um teste posterior. Isso ocorre porque o álcool do pão de forma não permanece na boca ou nas vias respiratórias de forma significativa”, afirma Eline de Almeida Soriano, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

A nutróloga também afasta suposição de quem devorar um pacote de pão de forma possa ficar embriagado. “A quantidade de 1,69 g de etanol encontrada em duas fatias de uma determinada marca, é logo metabolizada pelo fígado, impedindo a acumulação de álcool no sangue em níveis que causariam embriaguez”, diz.

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Fonte: direitonews

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