Da Redação
Estadão
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que uma eventual votação de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) agravaria a divisão política no Brasil. A declaração foi dada em entrevista ao programa PodK Liberados, da RedeTV!, na noite da última quinta-feira (27).
“Temos muitos problemas, e não será o presidente do Senado que vai criar mais um”, disse Alcolumbre, afastando a possibilidade de pautar pedidos de afastamento contra integrantes da Suprema Corte. Segundo ele, o Senado deve manter o respeito à autonomia dos Poderes e buscar um equilíbrio institucional.
O parlamentar defendeu ainda uma revisão na prerrogativa do Senado em conduzir processos de impeachment contra ministros do STF. “Isso está errado. Precisamos garantir que cada Poder atue dentro de suas atribuições sem interferências”, declarou.
Anistia para os atos de 8 de Janeiro
Sobre a possível anistia a investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, Alcolumbre destacou a necessidade de “mediação e modulação” nas sentenças. “Não pode haver uma anistia geral, mas também não podemos tratar todos os casos com o mesmo rigor”, ponderou.
O senador reconheceu que houve uma tentativa de golpe de Estado e que seus organizadores devem ser responsabilizados, mas defendeu o direito de ampla defesa e presunção de inocência.
Críticas à “criminalização” das emendas parlamentares
Outro ponto abordado na entrevista foi o debate sobre emendas parlamentares. Alcolumbre criticou a narrativa de que essas verbas seriam usadas de forma irregular. “As emendas são fundamentais para reduzir desigualdades e fortalecer os municípios. Não podemos criminalizar esse instrumento”, afirmou.
Reforma ministerial e relação com o governo
O presidente do Senado revelou que não foi consultado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a recente reforma ministerial. “Nem Lula, nem seus auxiliares me procuraram para tratar do assunto”, disse, acrescentando que acredita que esse diálogo ocorrerá em algum momento.
Prioridades do Senado
Alcolumbre também anunciou que o Senado priorizará pautas voltadas à desburocratização e ao empreendedorismo no primeiro semestre de 2025. Ele afirmou que irá se reunir com líderes partidários para definir um portfólio de cerca de 50 propostas prioritárias.
Por fim, elogiou a atuação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacando que as duas Casas estarão mais alinhadas do que nos últimos anos.
Reportagem do Estadão foi adaptada para o formato da Bronca Popular.
Fonte: abroncapopular