Evento ocorrido na capital teve transmissão pelo YouTube e cobrou políticas públicas de incentivo à produção agroecológica
Fotos: Ascom PR/RS
Com o tema “Cultivando alimentos e produzindo saúde”, o Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FGCIA) realizou o 2º Seminário Agroecologia e Saúde nesta terça-feira (23). O evento, que ocorreu no auditório do Ministério Público Federal em Porto Alegre, teve transmissão ao vivo pelo canal do MPF no RS (MPF/RS) no YouTube. O primeiro ciclo de debates ocorreu em 2019, também na capital.
Fizeram parte da mesa de abertura do seminário o procurador-chefe da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul (PR/RS), Felipe da Silva Müller; o procurador do Trabalho Noedi Rodrigues da Silva; e o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, integrante da Associação Brasileira de Agroecologia e representante da sociedade civil na coordenação do FGCIA.
Noedi falou sobre a criação do Fórum, em 2013, exaltando que o seu objetivo vai além do debate de questões relacionadas aos agrotóxicos. “É também fomentar ações concretas. Articular com órgãos governamentais, não governamentais, com a população em geral e a comunidade científica na busca de soluções, de ações de combate a esses impactos nocivos sobre a saúde, sobre o meio ambiente”, acrescentou.
Frequentador das feiras orgânicas ao lado da família, o procurador-chefe Felipe Müller destacou a importância dos temas do evento, especialmente por serem focos de atuação da instituição. “E essa troca de experiências, de ideias, é muito enriquecedora para membros, servidores e sociedade em geral”, afirmou. Para Melgarejo, o Fórum vem trabalhando de uma maneira decisiva no combate à desinformação relacionada aos agrotóxicos e à saúde pública. Disse ainda ver com satisfação a participação do grupo de entidades no FGCIA atraídos pela ação dos membros do Ministério Público. “Isso significa para a sociedade uma atitude de acolhida, de estímulo”, acrescentou o representante da sociedade civil na coordenação do Fórum.
Veja aqui o vídeo com a íntegra do seminário.
O diálogo “Políticas públicas para a agroecologia”, na parte da manhã, foi apresentado por Domingos Antonio Velho Lopes, secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS, tendo como mediadora a procuradora da República, Ana Paula de Medeiros, integrante do FGCIA. Ana Paula ponderou a necessidade de políticas públicas de incentivo à produção agroecológica e orgânica no estado – a partir da descontinuidade do Plano estadual de agroecologia e produção orgânica em 2019 –, avançando em direção a uma agricultura que promova a saúde dos trabalhadores, consumidores, bem como proteja a água, o solo e as espécies.
Nesse mesmo sentido, o secretário da Agricultura abordou algumas das ações realizadas no âmbito do governo estadual como estímulo à produção orgânica, destacando que “o Plano Plurianual (abrangendo o período de 2022 a 2023), que está sendo construído, terá, sim, um novo plano de agroecologia e produção orgânica”.
O seminário também discutiu outras temáticas. O painel “Cultivando alimentos e produzindo saúde” teve a participação da engenheira agrônoma Maria José Guazzelli, do Centro Ecológico; de Nelson Angnes, presidente da Associação de Meliponicultores do Vale do Alto Taquari; e de Simone Dal Bosco, nutricionista, docente e pesquisadora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Ufcspa). Já o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Clima Temperado) João Carlos Costa Gomes; o engenheiro agrônomo Adrik Richter, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag): e Andreia Araújo, superintendente da Unidade de Agronegócio do Banrisul, deram continuidade ao assunto “políticas públicas para a agroecologia”.
Abordaram o tópico “Experiências exitosas na agroecologia”, a bióloga Simone Azambuja, vice-presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan); a cacica Guarani e guardiã de sementes Talcira Gomes; o agricultor ecológico de Pelotas Nilo Schiavon; a nutricionista Samantha Desidério, que trabalha junto à prefeitura municipal de Itati; e Franciele Bellé, da Feira dos Agricultores Ecologistas. O evento foi uma realização do FGCIA, com apoio do MPF, MPT, Conselho Regional de Nutrição, Ufrgs, Conselho Estadual de Saúde, Agapan, Fetar, Secretaria de Saúde de Porto Alegre e UFPel.
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FGCIA – O Fórum Gaúcho de Combate ao Impacto dos Agrotóxicos é uma iniciativa multidisciplinar que reúne entidades como o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Estadual (MP/RS) para combater os efeitos danosos de produtos agrotóxicos para a população e os recursos naturais. Formado por 73 instituições, é coordenado pelo procurador do Trabalho Noedi Rodrigues da Silva (MPT/RS), tendo como adjuntos a procuradora da República Ana Paula Carvalho de Medeiros (MPF/RS), a procuradora da República Suzete Bragagnolo (MPF/RS), a conselheira do Conselho Regional de Química 5 Região, Raquel Fiori (CRQ-V e União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública); e o representante da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) Leonardo Melgarejo.
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