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Os preços internacionais do açúcar fecharam a sexta-feira (14) com fortes altas nas bolsas de Nova York e Londres, impulsionados pela confirmação de que a Índia reduzirá suas exportações na safra 2025/26. As valorizações chegaram a 3,69% nos contratos negociados em NY e a 3,25% em Londres. Com isso, a semana terminou amplamente positiva para o mercado do adoçante: o março/26 de Nova York acumulou ganho superior a 6%, enquanto o dezembro/25 de Londres avançou mais de 5%.
A reação veio após o governo indiano anunciar que permitirá a exportação de 1,5 milhão de toneladas na nova temporada — volume menor do que a estimativa de 2 milhões de toneladas considerada pelo mercado. A possibilidade desse corte já havia sido antecipada pela Bloomberg no início da semana, contribuindo para movimentos especulativos que se intensificaram com a confirmação oficial desta sexta-feira.
As informações divulgadas hoje pela Unica, no relatório referente à segunda quinzena de outubro, também ajudaram a compor o cenário do mercado. Segundo o levantamento, o “mix” de cana destinado ao açúcar está em 46,02%, ligeiramente acima dos 45,91% registrados no mesmo período do ano passado, mas ainda bem abaixo dos picos desta safra. No auge, na segunda quinzena de agosto, o mix chegou a 55%, quase dez pontos percentuais acima do nível atual. A retração reflete o aumento da destinação de cana para o etanol, impulsionada pela melhor rentabilidade do biocombustível no período.
Ainda conforme o relatório, os preços do açúcar em Nova York próximos das mínimas em cinco anos seguem abaixo do custo de produção de grande parte do setor, como apontou nesta semana o grupo São Martinho — fator que reforça a mudança no direcionamento industrial das usinas.
A Unica também destacou o avanço no encerramento da moagem no centro-sul. Na segunda quinzena de outubro, 54 unidades encerraram as operações, totalizando 74 unidades desde o início da safra — número superior às 40 registradas no mesmo período da temporada passada. Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da entidade, “na primeira quinzena de novembro, outras 50 unidades estavam programadas para encerrar a moagem neste ciclo”. Ele acrescentou que, “com isso, ao final da primeira quinzena de novembro, mais de 120 empresas devem estar com safra encerrada no centro-sul”.
Na Bolsa de Nova York, os contratos de açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (14) em firme recuperação. O março/26 avançou 0,52 centavo (+3,69%), negociado a 14,96 cents/lbp. O maio/26 subiu 0,50 centavo (+3,64%), para 14,49 cents/lbp, enquanto o julho/26 ganhou 0,47 centavo (+3,44%), cotado a 14,39 cents/lbp. O outubro/26 registrou elevação de 0,46 centavo (+3,30%), fechando a 14,64 cents/lbp.
Na semana, os preços registraram forte avanço. O contrato março/26 subiu 0,86 centavo (+6,10%) frente aos 14,10 cents/lbp da sexta anterior. O maio/26 ganhou 0,76 centavo (+5,54%) sobre os 13,73 cents/lbp. O julho/26 avançou 0,71 centavo (+5,19%) em relação aos 13,68 cents/lbp, enquanto o outubro/26 acumulou alta de 0,69 centavo (+4,95%), saindo dos 13,95 cents/lbp.
Em Londres, os futuros também mostraram forte recuperação. O dezembro/25 aumentou US$ 9,30 (+2,20%), encerrando a US$ 431,60 por tonelada. O março/26 teve salto de US$ 13,20 (+3,25%), negociado a US$ 425,80 por tonelada. O maio/26 avançou US$ 12,60 (+3,13%), para US$ 421,80 por tonelada, enquanto o agosto/26 subiu US$ 11,30 (+2,83%), cotado a US$ 417,50 por tonelada.
No acumulado semanal, o dezembro/25 avançou US$ 21,80 (+5,32%) ante os US$ 409,80 por tonelada da semana passada. O março/26 ganhou US$ 19,90 (+4,90%) frente aos US$ 405,90 por tonelada. O maio/26 registrou alta de US$ 19,60 (+4,87%) comparado aos US$ 402,20 por tonelada, enquanto o agosto/26 subiu US$ 18,60 (+4,66%), partindo dos US$ 398,90 por tonelada.
Fonte: noticiasagricolas






