Ações da UFMT visam uso sustentável do meio ambiente


Quando falamos em Meio Ambiente alguns ainda sugerem algo distante de si, pensando muitas vezes, como exemplo, no Pantanal e lugares parecidos com árvores, mata. Porém, o conceito, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), considera  o conjunto de elementos físicos, químicos, biológicos e sociais que podem causar efeitos diretos ou indiretos sobre os seres vivos e as atividades humanas.

Hoje, 5 de junho, celebramos 50 anos da criação da data, que marca a urgência de reflexões e mobilização, em especial esse ano sobre o tema “soluções para a poluição plástica”. Sobre a pauta, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) tem desenvolvido diversas ações e pesquisas que têm contribuído com essa agenda, dentre elas o Plano de Logística Sustentável (PLS), implantado desde 2019, além de projetos de pesquisa com ações em todo Estado.

Para a Gerente de Desenvolvimento Institucional e Estudos Estratégicos (GDIEE), da Pró-reitoria de Planejamento (Proplan) da UFMT, e presidente da Comissão do PLS, Maria Daniele de Jesus Teixeira, é essencial o tema estar na agenda mundial e a realização de ações locais. “É dia para celebrar e refletir sobre sua importância e as estratégias para construção de ações concretas com foco na transição para uma sociedade responsável e atenta aos impactos que suas atividades podem causar tanto no meio ambiente quanto no próprio bem-estar dos indivíduos”, destacou.

A presidente contou ainda que a UFMT estimula e desenvolve várias ações primando redução de seu impacto ambiental, assim como disseminação da educação ambiental. Para ela, o PLS tem o objetivo de racionalizar o uso dos recursos, incentivar o uso eficiente e reduzir o desperdício. “Como exemplo, cito que desde de 2021 a UFMT não têm realizado aquisições de copos plásticos. Em 2016 a Universidade consumia cerca de 20 mil embalagens de copos e gastava cerca de R$ 45 mil reais para aquisição destes”, disse a presidente com base nas informações do relatório do PLS deste ano.

Consciência ecológica e respeito

Ainda dentro das ações da UFMT que objetivam contribuir para a diminuição e conscientização do descarte de plástico no meio ambiente está o recém aprovado projeto de pesquisa “O lixo nas praias e suas consequências”, e o projeto de extensão “Praia limpa: diversão não combina com poluição!”, vinculados ao Laboratório de Ecologia e Conservação de Ecossistemas Aquáticos (LECEA), do Câmpus do Araguaia (CUA), sob coordenação da docente Danielle Ribeiro-Brasil.

O projeto é desenvolvido na praia Quarto Crescente, no município de Aragarças, GO, divisa com o Estado e tem pretensões de extensão para outras. A docente conta que as coletas nessas áreas têm acontecido desde novembro do ano passado, como um piloto. “ Eles serão utilizados para ensinar aos alunos da graduação a utilizar o protocolo de coleta, assim teremos a padronização do método. Fizemos a limpeza na extensão de 150m e da margem da água para a estrada foram 10m. A Praia Quarto Crescente é uma das praias turísticas da região, esse lixo tem gerado implicações econômicas pela poluição visual e também implicações ambientais”, explica.

Sobre a coleta piloto realizada a docente conta que dos 441 itens recolhidos,  258, 58% eram plásticos , 98,22% bitucas de cigarros e 47,10% metais. “Em relação aos plásticos tivemos uma diversidade grande de itens, incluíram plásticos de uso único como canudos, pratos, talheres, copos, e outros. Em relação às bitucas, foram praticamente 10 bitucas por metro. Em relação aos metais, tivemos latinhas, tampas de garrafas, entre outros itens”, ressalta, complementando que  após a temporada de praias esse lixo todo é coberto pela água do rio e fica submerso. 

Nesse cenário de conscientização, o docente do Instituto de Biociências (IB) da UFMT, Pierre Girardot, estuda a poluição causada por resíduos plásticos no pantanal. “Estes plásticos perturbam o escoamento, e são nocivos para a biota e poluem visualmente a paisagem. Também, os plásticos que vemos se fragmentam e produzem microplásticos que são tóxicos para a biota e a gente”, afirma o docente que profere palestra gratuita sobre o tema nesta segunda-feira (05),  a partir das 15h, no Auditório Vangil Pinto da Silva, térreo do CCBS03, Câmpus de Cuiabá.

Demandas urgentes para harmonia homem e o meio

Danielle Ribeiro-Brasil, que tem estudos de doutorado na área de Ecologia Aquática e Pesca, reforça que a equipe de pesquisadores trabalha no ambiente e para o ambiente por acreditar que esse é o papel do pesquisador enquanto participante de uma sociedade que explora e consome os recursos naturais. “Em nosso  projeto, está claro que toda a fauna local, como os peixes, botos e tracajás,  acaba tendo contato com esses materiais. O lixo submerso pode ser ingerido pelos peixes e entupir o trato digestório desses animais”, destaca.

Quanto aos resultados do lixo que serão coletados nas praias, Danielle Ribeiro-Brasil conta que serão enviados ao Comitê de Bacias Hidrográficas do Alto Araguaia, em forma de relatório, a fim de viabilizar junto aos órgãos competentes auxílio para esse enfrentamento. “Além disso, a UFMT e o Comitê de Bacias têm trabalhado na recuperação e revitalização das nascentes, necessárias para a formação dos rios.  A qualidade da água das fazendas está sendo avaliada quanto a presença de microrganismos patogênicos e tem sido feita a devolutiva para os fazendeiros”, ressalta.

Também atuam no projeto os docentes Leandro Schlemmer Brasil e  Dilermando Pereira Lima-Júnior, que estudam Ecologia de Ambientes Aquáticos, e atuam no Comitê de Bacias Hidrográficas.

A presidente da Comissão do PLS, Maria Daniele de Jesus Teixeira, acredita que a geração, assim como a destinação inadequada de resíduos constitui um dos maiores problemas enfrentados pela sociedade. “Existem muitos desafios para estimular a mudança de matérias primas, no entanto, a Universidade constitui um ator fundamental, proporcionando um ambiente propício para pesquisas que tentam substituir o plástico como conhecemos, por outros materiais”, destacou, citando o empenho de membro da Comissão que realiza na UFMT, com apoio de instituições do Estado, projeto de coleta de óleo de cozinha, tampas de plástico, metal, entre outros. 

Somando para as discussões e proposições, a UFMT realiza no segundo semestre deste ano, o seu 4º Seminário de Sustentabilidade. A ação é organizada pela Comissão do PLS, e possibilita a divulgação dos resultados de destaque dos projetos de pesquisa e extensão voltados à temática ambiental. Para saber mais sobre sustentabilidade na UFMT acesse a rede social no Instagram, ou a página na internet.

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Fonte: ufmt

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