Quando se trata de esportivos, a Porsche está entre as marcas mais desejadas. Fundada há quase 100 anos, a empresa acumula inúmeras vitórias não só em pistas, mas também em vendas. E fãs puristas dos mais aguerridos. Tanto que, nas poucas vezes que tentou mudar a fórmula básica, causou polêmica. Uma delas foi nos anos 1970, com o 924.
Hoje, porém, é possível encontrar unidades à venda com preços bem mais acessíveis, inclusive em relação a carros que não são de luxo. Autoesporte encontrou um Porsche 924 à venda em Porto Alegre por R$ 150 mil, mesmo preço de um Fiat Pulse Abarth novo (veja detalhes mais abaixo). O modelo é um dos carros da coleção de Diego Maradona.
Após 45 anos de tradição da Porsche em só fabricar esportivos com a mesma “receita”, a partir de 1976 chegaria o 924, um modelo que, apesar de trazer o conceito de 2+2 lugares de seus irmãos mais velhos, tudo era diferente. A começar pelo desenho assinado por Harm Lagaay que trazia formas angulosas e pouco convencionais para a época.
Isso pode ser explicado pela origem do projeto. O cupê esportivo seria um Audi se a Volkswagen, dona da Audi, não tivesse abortado o projeto intitulado EA 425. A Porsche, que na época foi responsável pelo desenvolvimento do carro, acabou abraçando todo o trabalho, levando em conta que ela precisava de um substituto para seu carro de entrada, o 914 com mecânica Volkswagen a ar. Além disso, a marca alemã passava por dificuldades financeiras e já tinha outro projeto em mente mais barato e prático, o Scirocco, baseado no Golf.
Além do visual polêmico, o motor dianteiro 2.0 de quatro cilindros em linha refrigerado a água era tudo o que os mais puristas não queriam em um representante legítimo da Porsche. Para completar, seu desempenho aquém do esperado só alavancou críticas da imprensa especializada e do público.
O cupê levava longos 9,6 segundos para ir de 0 a 100km/h, algo inadmissível para um esportivo da marca alemã. Com o opcional do câmbio automático de três marchas, o desempenho era ainda mais desanimador: 11,4 segundos.
Esse desempenho era entregue pelo motor 2.0 de 125 cv de potência e 16,7 kgfm de torque. Chegava a velocidade final de 200 km/h, em parte ajudado pela boa aerodinâmica de sua área frontal bem reduzida.
A configuração de motor dianteiro, câmbio montado na traseira e tração nesse mesmo eixo também trazia uma boa distribuição de peso e maior facilidade de “domar” o carro frente aos 911, por exemplo.
Encontramos no site Cia do Carro, um representante do 924 1976/1977 com especificação americana. Oferecido por R$ 149.900, custa R$ 1 mil a menos que um Pulse Abarth e bem menos que algumas réplicas cujos valores médios já ultrapassam a casa dos R$ 170 mil.
O esportivo está com as rodas originais aro 14 montados em pneus novos 185/70 R14 e carroceria bem alinhada. A pintura, por sua vez, está em perfeito estado. A cereja do bolo é a placa preta de coleção.
Vale lembrar que um Porsche da década de 1970 é bem diferente em termos de equipamentos e luxo. O 924 disponível no Brasil, por exemplo, não tem vidros elétricos. Os bancos são de couro, mas o acabamento é simples e as maçanetas parecem compartilhadas com carros da Volkswagen da época. Há ar-condicionado, rádio toca-fitas e a ignição, como em um bom Porsche, fica do lado esquerdo.
No odômetro da unidade à venda, 104 mil milhas, ou pouco mais de 160 mil km. Uma ótima oportunidades para dirigir um Porsche, sem precisar gastar centenas de milhares de reais.
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Fonte: direitonews