Da Redação
A Bronca Popular
Criado em 2005 com participação ativa de Cuiabá, o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Vale do Rio Cuiabá é peça estratégica para o avanço regional.
Com 13 municípios consorciados, o órgão visa promover políticas públicas integradas nas áreas de saúde, agricultura, educação e desenvolvimento regional.
Mas o que deveria ser espaço técnico e coletivo de gestão pública está prestes a ser contaminado por manobras políticas rasteiras.
Conforme apurado pela reportagem, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), tenta impor a nomeação de um aliado político próximo para o cargo de secretário-executivo do consórcio, condicionando a permanência de Cuiabá na entidade à aceitação dessa indicação — uma atitude autoritária e flagrantemente contrária ao espírito cooperativo que rege os consórcios públicos.
Não satisfeito, Brunini também teria pressionado o então presidente do consórcio, o ex-prefeito de Nossa Senhora do Livramento, Souza, para que a atual sede, localizada no bairro Lixeira, fosse desocupada.
O motivo?
O prédio alugado estaria vinculado a um amigo do ex-prefeito Emanuel Pinheiro, desafeto político do atual gestor. Como alternativa, Brunini quer indicar o novo imóvel — evidência clara de tentativa de aparelhamento e uso do consórcio como instrumento de vendeta pessoal.
As atitudes do prefeito são inaceitáveis, deploráveis e condenáveis. Ignoram o interesse público e ameaçam transformar uma entidade técnica de interesse coletivo em palanque de vaidades políticas.
O consórcio existe para integrar ações, otimizar recursos e beneficiar a população regional — não para saciar a sede de controle de quem deveria respeitar a institucionalidade e o bem comum.
A tentativa de aparelhar o consórcio e usar critérios pessoais para decisões públicas é mais um capítulo preocupante na gestão de Brunini, marcada por polêmicas, improvisos e confrontos.
Os prefeitos consorciados e a sociedade civil precisam estar atentos e reagir. O consórcio é patrimônio institucional de todos — e não trampolim político de ninguém.
Fonte: abroncapopular