A luta por justiça e representatividade em Mato Grosso sob o olhar da Consciência Negra


Virginia Mendes

Cuiabá

Hoje é celebrado no Brasil o Dia da Consciência Negra, uma data que nasceu de um movimento de resistência e valorização da identidade afrodescendente, originado da opressão vivida durante a escravidão. O movimento ganhou força com exemplos de figuras como Zumbi dos Palmares, símbolo da luta pela liberdade, e com os trabalhos de intelectuais como Abdias do Nascimento. Na atualidade, a consciência negra continua sendo uma luta por igualdade, representatividade e pelo reconhecimento da contribuição fundamental dos negros para a formação da sociedade.

Nosso estado tem uma forte identidade com essa data, pois ela está ligada à história da escravidão e à contribuição dos negros na formação da sociedade mato-grossense. As comunidades quilombolas, descendentes dos escravizados que fugiram das senzalas, são um dos maiores símbolos da resistência e da preservação da identidade negra em Mato Grosso.

Em nosso estado,

Tenho a honra e o privilégio de trabalhar ao lado de um governo comprometido com a transformação da realidade social e com a promoção de políticas públicas que garantem direitos para todas as pessoas, valorizando a cultura e a história do nosso povo.

Desde o início do primeiro mandato do atual governo, em parceria com a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania e a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, temos implementado programas sociais que têm como objetivo primordial o atendimento às necessidades da população, promovendo a igualdade e garantindo o acesso aos serviços essenciais para aqueles que mais precisam, além de promover a sua cultura e história.

Enquanto voluntária na Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família, tenho me dedicado pessoalmente a acompanhar e idealizar ações que visam o bem-estar de todas as pessoas de nosso estado. O foco das iniciativas que compõem o programa SER Família é justamente atender à população de forma integral, respeitando a diversidade e a realidade de cada um, para que ninguém seja deixado para trás. Acredito que, para que um estado se desenvolva de maneira justa e equilibrada, é fundamental que as políticas públicas atendam a todos os segmentos da sociedade, especialmente aqueles historicamente marginalizados.

O SER Família não é apenas um programa social; ele é um compromisso com a dignidade e o respeito àqueles que, muitas vezes, se sentem invisíveis nas políticas públicas. Ele engloba diversas ações de assistência social e cidadania, com uma atenção especial às famílias em situação de vulnerabilidade social. Desde a oferta de benefícios de assistência emergencial até a implementação de projetos que buscam garantir o acesso à educação, saúde e formação profissional, esse programa é um marco na construção de uma rede de proteção que visa à inclusão verdadeira.

Sabemos que, para que a inclusão seja real, não basta apenas oferecer oportunidades, mas também promover ações afirmativas que respeitem a individualidade de cada cidadão e que possam superar as barreiras históricas que ainda existem na sociedade.

Sou filha adotiva e cresci em uma família que sempre me ensinou a importância da empatia e da solidariedade. Meus pais eram negros, e tenho muito orgulho de minha origem. Essa vivência pessoal me impulsiona a trabalhar incansavelmente por políticas públicas que combatam o racismo e a desigualdade, promovendo a inclusão de todos os cidadãos, especialmente os negros e as comunidades periféricas, que ainda enfrentam desafios cotidianos em várias áreas.

A minha história é um exemplo de como a diversidade e a inclusão podem ser potentes e transformadoras. Fui criada em um lar que sempre me ensinou o valor da união entre diferentes culturas, crenças e experiências de vida.

A minha história é um exemplo de como a diversidade e a inclusão podem ser potentes e transformadoras. Fui criada em um lar que sempre me ensinou o valor da união entre diferentes culturas, crenças e experiências de vida. Isso me fez compreender a importância de um governo que não só reconhece a pluralidade, mas também age para que ela seja respeitada e garantida em suas políticas públicas.

A discriminação racial ainda é uma realidade em muitas partes do Brasil, e Mato Grosso não é exceção. Como primeira-dama de MT, tenho consciência de que é preciso ir além das palavras e investir em ações práticas que garantam a equidade e a justiça social. A luta contra o racismo é uma das prioridades do nosso governo, e temos procurado implementar políticas que combatam a discriminação racial, promovam a igualdade de oportunidades e valorizem a contribuição histórica e cultural da população negra.

Esta não é uma causa de um único dia ou de um único governo, mas sim um compromisso que deve ser contínuo. E eu, enquanto primeira-dama de MT, tenho orgulho de fazer parte desse movimento, contribuindo ativamente para a construção de um Mato Grosso mais inclusivo e igualitário.

Virginia Mendes é economista, primeira-dama de MT e voluntária nas ações de Governo

Fonte: abroncapopular

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