A história se repete? O caso curioso da explosão em gasoduto soviético na Guerra Fria


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Desde segunda-feira (26) foram registradas rupturas nos gasodutos russos Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1) e Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), originando suspeitas sobre quem o teria feito e com que objetivo.
Até agora foram detectados quatro vazamentos de gás, dois em cada gasoduto.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fala durante uma coletiva de imprensa conjunta com a ministra canadense das Relações Exteriores, Melanie Joly, na Sala Benjamin Franklin do Departamento de Estado em Washington, DC, 30 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 01.10.2022

Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse que Joe Biden deveria responder se o governo americano cumpriu sua ameaça em relação ao Nord Stream 2, em referência às declarações de fevereiro do presidente dos EUA, quando ele ameaçou “pôr um fim” ao gasoduto. Washington se recusou a comentar a situação atual, dizendo somente que está pronto para apoiar os esforços europeus de mitigação do potencial impacto ambiental.

Turbinas defeituosas

Esta não é a primeira vez que o Ocidente é suspeito de sabotar gasodutos operados por Moscou. No verão de 1982, a conduta Urengoy-Surgut-Chelyabinsk, que transportava gás natural para o sul e oeste, em direção à então República Socialista Soviética da Ucrânia, sofreu uma explosão semelhante. Hoje ainda se desconhece a causa do incidente e ele nunca foi relatado na mídia soviética.
Thomas Reed, antigo assessor, nos anos 1960, do então futuro presidente americano Ronald Reagan para assuntos de segurança nacional, e funcionário do Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês), publicou em 2004 uma autobiografia intitulada “Into the Abyss” (“Rumo ao Abisso”) na qual revelou que a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA sabotou o gasoduto ao introduzir um vírus ao software que a URSS adquiriu de uma empresa canadense para operar a infraestrutura.
O ex-assessor explicou que o ato de sabotagem visou minar a infraestrutura de gás da URSS, “seus ganhos em divisas do Ocidente e a economia interna da Rússia”, e que o plano foi idealizado por Gus Weiss, conselheiro de tecnologia e inteligência do NSC.
A CIA nunca confirmou diretamente sua participação na explosão do gasoduto Urengoi-Surgut-Chelyabinsk, mas se gabou em seu portal “da instalação de turbinas defeituosas no gasoduto” como parte de uma campanha mais ampla de subversão tecnológica dos EUA contra a URSS.
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