“Com o foco da mídia ocidental de buscar colocar a Rússia contra a parede, acaba gerando a possibilidade de uma ida ser completamente midiática. Mas a ida do Lavrov foi importante. Embora com menos foco midiático, acabou tendo melhores condições de articular”, aponta Lopes da Silva.
“Rússia esteve lá em um perfil de articulação diplomática. Muitos países no Ocidente veem o G20 como um momento de performance, de colocar-se perante a comunidade internacional. Mas os russos não entendem dessa maneira, e sim como um momento em que devem ser feitas as articulações políticas para resolver os verdadeiros problemas mundiais”, diz.
China x EUA
“Os chineses esperam e têm a expectativa de que, para além desses discursos haja ações práticas na direção de desescalar as relações entre EUA e China”, explica o especialista. “Mas viagens como a de Pelosi provocando abertamente a China não podem acontecer, nem em alguma medida a formação de blocos militares na área do Extremo-Oriente, como está acontecendo hoje.”
Ausência de Bolsonaro
“Primeiro porque ele é isolado internacionalmente hoje, ele não possui articulação ou proximidade com nenhum líder ou chefe de Estado em nenhum pais do mundo. Mesmo os mais ou menos próximos — como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán — acabam não tendo uma aproximação tão grande com o Bolsonaro e também não são personalidades que possuam uma grande relevância internacional.”
“O chanceler brasileiro, Carlos França, foi à cúpula do G20 mas não teve muito o que fazer ou articular, até porque estamos em um momento de transição […] e vamos repaginar nossa diplomacia”, aponta.
“O Brasil certamente terá um papel muito importante, não só nessa questão diplomática mais ampla, no que diz respeito a paz e guerra, não só na Ucrânia, mas em outros conflitos internacionais, e sobretudo outras questões também que tivemos presença muito importante no início do século, como o combate à fome e às mudanças climáticas.”
Fonte: sputniknewsbrasil