A alta global generalizada dos juros ‘engoliu’ a atratividade dos ativos de risco e desviou o interesse do mercado pela renda fixa. Estava assim selado o destino das criptomoedas, cuja perda de liquidez acionou, de contínuo, um movimento de exclusão de ativos digitais das carteiras dos investidores.
Para tornar ainda mais dramática a ‘queda livre’ do mercado cripto, ao longo deste ano, várias companhias do segmento anunciaram falência, protagonizado pela FTX, umas das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, no início do mês passado, que ‘quebrou’, devido à avalanche de saques de investidores, ao descobrirem os ‘graves problemas financeiros’ da empresa.
Desde o início até hoje, o bitcoin já acumula uma desvalorização de 66% no ano, quando ‘encolheu’ de R$ 160 mil para os atuais R$ 88 mil, declínio que lhe valeu o título nada invejável, de “pior investimento de 2022”.
Por tabela, 2022 marcou, ainda, a perda de lucratividade dos mineradores de bitcoins, com a expansão dos custos operacionais da atividade, que cresceram a partir da queda acentuada do valor do bitcoin, fenômeno que se alastrou pelos quadrantes planetários de forma quase endêmica, tendo em vista a volatilidade dos mercados, que obrigaram os bancos centrais a recorrer a novos apertos monetários.
Para resolver intrincadas equações matemáticas, relacionadas às transações na blockchain, os mineradores tinham como ‘recompensa’ a valorização da criptomoeda, o que não vem acontecendo nos últimos meses. Tais recompensas são, com frequência, liquidadas para financiar os custos operacionais.
Com a esperada decretação de falência por mais mineradores, as condições macroeconômicas do país, avalia a gigante de informática VanEck. Ao comentar as perspectivas para o ano de 2023, o chefe de pesquisa de ativos digitais da VanEck, Matthew Sigel, prevê que “o Bitcoin testará US$ 10 mil a US$ 12 mil no primeiro trimestre, em meio a uma onda de falências de mineradoras, que marcará o ponto mais baixo do inverno cripto”.
Fonte: capitalist