A FIA acredita que os novos ‘arcos de rodas’ para chuva, trarão uma melhoria de 50% na visibilidade, para evitar situações como a que ocorreu no GP da Bélgica de 2021. O evento em Spa provou ser um fiasco com a ‘corrida’ durando um total de três voltas, todas atrás do Safety Car.
Felizmente, o tempo estava um pouco melhor na Bélgica em 2022, mas ainda houve corridas molhadas, e com problemas, principalmente em Mônaco e em Suzuka.
Embora a aderência continue sendo um problema em condições de chuva, a maior questão é a visibilidade, já que o spray que sai das rodas torna a pilotagem muito difícil para os carros que vêm logo atrás.
Para combater isso, a FIA começou a testar os ‘arcos de rodas’, uma espécie de para-lama diferenciado, para tentar evitar grandes quantidades de spray em condições de chuva.
“Achamos que será algo que será usado algumas vezes por ano, talvez três vezes, ou algo em torno disso”, disse o diretor técnico de monopostos da FIA, Nikolas Tombazis, de acordo com a Autosport.
“Não queremos que toda vez que cai uma gota de chuva, de repente você tenha que encaixar essas coisas. Assim que tivermos uma solução, faremos alguns protótipos e os utilizaremos em alguns carros para tentar avaliar isso adequadamente. Espero que seja uma melhoria de talvez 50% na visibilidade”, disse ele.
Tombazis afirmou que o GP da Bélgica de 2021, ‘deixou cicatrizes na categoria’, e disse que com a quantidade de pessoas assistindo, tanto na TV quanto nas arquibancadas, a F1 e a FIA têm a responsabilidade de fazer os carros correrem.
“Spa em 2021 deixou cicatrizes na F1, porque foram circunstâncias muito infelizes”, disse ele. “Teria sido dez vezes pior, por exemplo, se tivéssemos ido até o Japão e tivéssemos que fazer as malas e voltar. Nós realmente precisamos evitar isso.”
“Temos tantas pessoas assistindo, espectadores pagando ingressos, equipes viajando por todo o mundo e, de repente, dizer que não podemos correr, não é muito responsável da nossa parte”, acrescentou.
Outra crítica à atitude da FIA às condições de chuva, foi a aparente falta de vontade de começar uma corrida com pneus de chuva, com o diretor da corrida, esperando que as condições melhorem antes de iniciar o GP.
Tombazis disse que o novo recurso pode tornar as corridas com pneus de chuva mais prováveis de acontecerem, embora dificilmente afetem a aerodinâmica geral.
“Fizemos muitas simulações de CFD, porque queremos garantir que o efeito desses dispositivos seja relativamente pequeno na aerodinâmica geral. Ainda há um efeito, mas não muito grande”, disse ele.
“Além disso, estamos simulando a chuva e vendo como isso afeta a pulverização. O que é um pouco desafiador nas simulações é determinar a proporção relativa do que vem do difusor e o que vem dos pneus”, finalizou Tombazis.