“Depois deste inverno [no Hemisfério Norte], a região terá que repor suas reservas de gás quase sem abastecimento da Rússia, o que vai exacerbar a concorrência pelos petroleiros. Apesar das importações de gás natural liquefeito [GNL], espera-se que o mercado permaneça apertado até 2026, quando a capacidade de produção adicional dos Estados Unidos para o Catar estará disponível. Isso significa que não haverá trégua nos preços altos”, observa a publicação.
Embora as autoridades europeias tenham conseguido ajudar empresas e consumidores a sobreviver à crise, alocando mais de US$ 700 bilhões (mais de R$ 3,7 trilhões), o estado de emergência pode durar anos, alerta o artigo. À medida que as taxas de juros aumentam e a economia provavelmente já está em recessão, as medidas de alívio que suavizaram o golpe para milhões de famílias e empresas estão se tornando cada vez mais inacessíveis.
O analista da Bloomberg alertou que no próximo ano vai ser muito mais difícil para os governos enfrentarem esta crise, uma vez que a capacidade orçamentária desses países já está esgotada. Cerca de metade dos Estados-membros da União Europeia (UE) tem dívidas que ultrapassam o limite de 60% do produto interno bruto (PIB).
A Bloomberg revelou que, apesar dos preços quase recordes, o bloco conseguiu preencher seus depósitos no verão passado no Hemisfério Norte, diminuindo o déficit de oferta. Ainda assim, temperaturas congelantes estão testando o sistema de energia da Europa pela primeira vez neste inverno. Em particular, o regulador da rede alemã alertou na semana passada que não estava sendo economizada energia suficiente.
Globalmente, a UE conseguiu reduzir a procura de gás em 50 bilhões de metros cúbicos neste ano, mas a região ainda enfrenta um déficit potencial de 27 bilhões de metros cúbicos em 2023. Nesse caso, supõe-se que os suprimentos russos caiam para zero e as importações de GNL da China retornem aos níveis de 2021.
A principal fonte de gás da Rússia para a Europa Ocidental era o gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte), que foi danificado em um ato de sabotagem em setembro. Atualmente, o bloco europeu continua recebendo uma quantidade de suprimentos russos por meio da Ucrânia.
Os países europeus vivem uma crise energética devido às sanções aos combustíveis russos em virtude da operação militar especial na Ucrânia lançada em fevereiro passado. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que as sanções foram um duro golpe para toda a economia mundial e também apontou que o Ocidente pretende piorar a vida de milhões de pessoas.
Segundo ele, as baterias de sanções ocidentais sem precedentes desencadeadas contra Moscou com o objetivo de esmagar a economia russa no curto prazo, foram pensadas “para derrubar a moeda nacional, o rublo, por meio do roubo de nossas reservas em moeda estrangeira e provocar uma inflação destrutiva“. No entanto, enfatizou, o plano do Ocidente não teve sucesso.
Fonte: sputniknewsbrasil