Mediante a expectativa de investimentos de R$ 3,51 bilhões e receita anual garantida (rap) estimada em R$ 604 milhões, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza, nessa sexta-feira (16), às 10h, na sede da B3 (B3SA3), o último leilão de transmissão de energia do ano (número 2/2022), que deve ser marcado por acirrada competição, como apontam analistas de mercado, embora persista o receio de que o atual cenário de juros elevados acabe reduzindo o ímpeto dos participantes.
O objetivo do certame, dividido em seis lotes, é viabilizar a construção de aproximadamente 710 quilômetros (km) de linhas de transmissão e 3.650 mega-volt-amperes (MVA) em capacidade de transformação de subestações, sem contar a manutenção do serviço de 743 km de linhas de transmissão e de 2.200 MW em subestações conversoras.
De acordo com as regras do edital, os blocos serão distribuídos em quatro regiões do país – um bloco na Região Norte, outro no Nordeste, mais um no Sul – o maior de todos, entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com RAP de R$ 231,4 milhões e investimentos previstos de R$ 1,176 bilhão – e três na região Sudeste.
Para analistas do Credit Suisse, a alta demanda do leilão fica por conta da “grande atratividade do perfil de menor risco do segmento transmissão com níveis de retorno inicial ainda atrativos”. Em que pese o aumento dos custos de construção, a expectativa do mercado é de que haja ‘espaço’ para melhorias e sinergias.
Além dos players tradicionais, o Credit Suisse conta com a participação de concorrentes não tradicionais, como construtoras e private equity (a exemplo do que ocorreu em leilões anteriores). Entre os participantes tradicionais, analistas apontam Taesa (TAEE11), Alupar (ALUP11), Energisa (ENGI11), EDP Brasil (ENBR3), Equatorial (EQTL3) e Engie Brasil (EGIE3), como também Neoenergia (NEOE3) e Isa Cteep (TRPL4).
Ao comentarem ser improvável que o ambiente competitivo diminua”, analistas do Bank Of America lembram que nos últimos 7 leilões (2018-22), “os licitantes ofereceram um desconto médio de 52% ao limite de receitas reguladas, refletindo: (1) melhor desempenho esperado versus capex estimado (20%, em média); (2) entrada em operação antes do cronograma original do regulador (12 meses, em média); e (3) taxas mínimas mais baixas (rendimento dos títulos de longo prazo do Brasil em baixa histórica)”.
Fonte: capitalist