BC revisa para cima crescimento do PIB em 2022: 2,9%


O Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 deve crescer 2,9%, e não mais 2,7%. A revisão positiva para a economia nacional em 2022 consta do Relatório de Inflação, divulgado hoje (15) pelo Banco Central (BC), que manteve em 1% o avanço econômico para 2023.

Ao reconhecer que, para o próximo ano, persiste um cenário de incertezas domésticas e externas elevadas, o estudo da autoridade monetária acentua que as previsões de 2022 foram muito influenciadas pela revisão histórica do PIB, o que determinou a elevação do resultado interanual do primeiro semestre do ano (1S22).

Ao mesmo tempo, o BC também admite que a estimativa para 2023 ‘reflete’ um quadro de desaceleração econômica, em que “as projeções de crescimento se apresentam mais incertas que o usual”.

No caso da inflação, a previsão para 2022 aumentou de 5,8% para 6%; de 4,6% para 5%, em 2023 e 2,8% para 3%, no ano seguinte. Foi mantida a projeção de 2,8% para 2025.

Para efetuar tais cálculos, a autarquia levou em conta fatores, como que chamou de ‘surpresa inflacionária’; revisão de projeções de curto prazo; estimativas de hiato do produto mais fechado; queda de preço das commodities (sobretudo, petróleo); escalada da Selic (taxa básica de juros) observada pela pesquisa Focus, além de comportamento de ‘incerteza econômica’ por parte de agentes econômicos.

No front externo, o BC observa um cenário econômico global adverso, influenciado pela política covid-zero da China; guerra na Ucrânia; aperto monetário generalizado por parte dos bancos centrais, sem contar a ‘persistência’ da ‘descontinuidade’ do fornecimento de itens pelas cadeias produtivas.

“Adiciona‑se a estes fatores uma maior sensibilidade dos mercados financeiros aos fundamentos e perspectivas fiscais, inclusive em países avançados. Este desenvolvimento pode ser exemplificado pelos acontecimentos ao longo de outubro no Reino Unido, onde um pacote de corte de impostos e aumento de gastos proposto levou à forte volatilidade nos ativos soberanos, com impactos inclusive no balanço de fundos de pensão”, comenta o relatório do BC. Ainda sobre o contexto interacional, o documento da autoridade monetária admite que “as perspectivas do crescimento da economia global continuaram se deteriorando”.

Mais adiante, o estudo, ressalva que, “ainda que tenham surgido alguns sinais de arrefecimento da inflação nos últimos meses em alguns países, fatores como os preços ainda elevados das commodities, problemas nas cadeias de suprimentos, impacto do aperto nas condições financeiras globais sobre as taxas de câmbio, normalização da atividade no setor de serviços e mercados de trabalho apertados sugerem que as taxas de inflação devem permanecer pressionadas por algum tempo”.

Tal deterioração, prossegue o texto, tem levado os bancos centrais a continuarem vigilantes e atuantes, ensejando taxas de juros em patamares restritivos e ajustando as políticas acomodatícias não convencionais”.

Sobre o tópico fiscal, o relatório do BC avalia que “no âmbito do Governo Central, em que pese o crescimento da arrecadação relacionada ao lucro das empresas em geral (IRPJ e CSLL), as receitas continuam bastante influenciadas pelo repasse de dividendos de empresas estatais e pelo desempenho bastante favorável do setor de exploração mineral, fluxos mais voláteis e dependentes dos preços das commodities em reais”.

A respeito de 2023 e nos anos seguintes, o banco salienta que persiste a incerteza na questão fiscal, ponderando que algumas medidas (em menção indireta à expansão de gastos orçamentários, previstos na PEC da Transição, do governo eleito) podem trazer “impactos potencialmente duradouros ou permanentes”.

Fonte: capitalist

Anteriores IBGE: 70% das indústrias investiram em inovação em 2021
Próxima Saque extraordinário do FGTS pode ser feito até hoje