RIO DE JANEIRO, RJ – Três semanas depois do lançamento da série documental “Pacto brutal: O assassinato de Daniella Perez”, na HBO Max, o Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro (Sated-RJ) descobriu que Guilherme de Pádua ainda é registrado como profissional de atuação pela associação dos atores e decidiu pedir a cassação da licença do assassino de Daniella Perez no Ministério do Trabalho.
“Foi alertado por vários associados e decidi investigar. O senhor Guilherme de Pádua possuiu o registro profissional, que não foi cedido pelo Sated do Rio. Veio através de uma solicitação de Minas Gerais. Já fiz um contato inicial com a presidente do sindicato mineiro, Magdalena Rodrigues, e estou aguardando a resposta. O próximo passo é entrar com uma ação conjunta no Ministério do Trabalho pedindo a cassação”, conta Hugo Gross à reportagem.
Hugo, que chegou a participar do elenco da novela de “De Corpo e Alma” (1992), mas não era do núcleo de Daniella Perez e Guilherme de Pádua, assumiu ter ficado surpreso de não terem cassado o registro do ator na época do crime. “Não entendi o que aconteceu, mas são outros tempos. Nós não compactuamos com pessoas que tenham essa tendência de manchar a imagem da nossa categoria. Não podemos permitir que esse cidadão possa amanhã querer voltar a trabalhar como ator”, explica o presidente da Sated-RJ.
Procurada, Magdalena Rodrigues afirmou “não saber de Guilherme de Pádua há mais de 30 anos, desde que ele saiu daqui para tentar a vida de ator no Rio. Achei estranho ele ainda ter o registro profissional e concordo com a sua cassação”. A presidente do Sated-MG confirmou ter sido a associação mineira que emitiu um atestado de capacitação para que Guilherme de Pádua tirasse o registro profissional, no final dos anos de 1980.
Magdalena chegou a ver a ficha de Guilherme de Pádua para a reportagem. “Não tem nenhuma atualização nos últimos anos. Ele não faz mais parte do quadro de associados há muito tempo porque sempre foi inadimplente. Aliás, nunca pagou”, finalizou.
Daniella Perez foi morta aos 22 anos por Guilherme de Pádua e a então mulher dele, Paula Thomaz. Os dois armaram uma emboscada para a atriz e a mataram com tesouradas, em 28 de dezembro de 1992. O crime que chocou o Brasil virou uma série de cinco episódios. “Pacto brutal: O assassinato de Daniella Perez” é dirigida pela dupla Tatiana Issa e Guto Barra.