Corrupção na UE: detenções no Parlamento Europeu catalisam reivindicações para reforma política


O Parlamento da União Europeia (UE) foi acusado de cultivar uma “cultura de impunidade”, à medida que crescem os apelos para uma investigação completa sobre a corrupção e controles mais rígidos sobre os deputados.
Depois que a vice-presidente do Parlamento Europeu, a política grega Eva Kaili, foi detida junto com outras quatro pessoas no âmbito de uma investigação sobre um possível suborno, a organização não governamental Transparência Internacional denunciou e insistiu que não foi um “incidente isolado”.

“Por muitas décadas, o Parlamento [Europeu] permitiu que uma cultura de impunidade se desenvolvesse, com uma combinação de regras e controles financeiros negligentes e uma completa falta de [ou, na verdade, qualquer] supervisão ética independente”, disse o diretor da Transparência Internacional da UE, Michiel van Hulten.

Ele acrescentou que as tentativas de melhorar a prestação de contas foram bloqueadas pela mesa do Parlamento.
“Chegou a hora de uma reforma profunda. Como primeiro passo, a Comissão Europeia deve agora publicar sua proposta há muito adiada para a criação de um órgão de ética independente da UE com poderes de investigação e fiscalização”, concluiu o grupo de campanha anticorrupção.
Por sua vez, o grupo dos Verdes no Parlamento Europeu exigiu uma investigação aprofundada, sublinhando que não iria “aceitar que tudo continuasse igual” porque os regulamentos já deveriam ter sido revistos há muito tempo.
Peter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores da Hungria, fala a jornalistas enquanto chega a um encontro de chanceleres da União Europeia em Praga, República Tcheca, 30 de agosto de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 27.11.2022

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A investigação diz respeito à corrupção e à lavagem de dinheiro em conexão com um “país do Golfo” suspeito de influenciar as decisões econômicas e políticas do Parlamento Europeu por meio de pagamentos em dinheiro ou presentes a altos funcionários, informou a promotoria federal belga.
“As buscas permitiram aos investigadores recuperar cerca de € 600 mil [cerca de R$ 3,3 milhões] em dinheiro. Também foram apreendidos equipamentos informáticos e celulares. Estes elementos serão analisados ​​no âmbito das investigações”, disseram os procuradores em comunicado.
Algumas informações na imprensa belga assumem que o país em questão era o Catar, e que a investigação estaria supostamente relacionada à Copa do Mundo realizada naquele país.
Desde que o Catar conquistou o direito de sediar a primeira Copa do Mundo em um país do Oriente Médio, foi forçado a enfrentar uma onda de críticas por vários motivos, desde seu histórico sobre os direitos das mulheres e pessoas LGBTQ+ até o tratamento dado aos trabalhadores estrangeiros. Antes do torneio, o emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad Thani, chamou a campanha da mídia ocidental de “caluniosa”, “fabricada” e “cheia de padrões duplos”.
O dia das prisões, 9 de dezembro, foi o Dia Internacional Anticorrupção, designado pela ONU e também celebrado pelo Parlamento Europeu. A corrupção custa à economia da UE entre € 179 e € 990 bilhões (cerca de R$985,7 bilhões e R$5,4 trilhões) por ano, o que representa até 6% do produto interno bruto (PIB) do bloco europeu em receitas fiscais e investimentos perdidos, informa um documento publicado pelo Parlamento Europeu para celebrar o dia.

Fonte: sputniknewsbrasil

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