A partir de hoje (5), as sanções ocidentais sobre a energia entram em vigor: a União Europeia (UE) deixa de aceitar o petróleo russo e junto com o grupo do G7 e a Austrália impõe um limite de preços de US$ 60 por barril. Em ambos os casos se trata de fornecimento por via marítima.
De acordo com Zhang Hong, um pesquisador associado do instituto de estudos para Rússia, Leste Europeu e Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais (CASS, na sigla em inglês), a Rússia certamente tomará contramedidas decisivas a nível diplomático, porque não quer perder a oportunidade de determinar os preços de energia – o controle de preços é um componente fundamental da soberania econômica.
“O impacto das restrições de preços no comércio direto de petróleo entre a Rússia e UE é praticamente nulo. Isso se deve ao fato de que o comércio direto entre os dois lados está quase suspenso, e o Ocidente visa principalmente influenciar as exportações russas de petróleo e as negociações de preços com países terceiros”, disse Zhang.
Em sua opinião, se os preços do petróleo russo caírem para os US$ 30, o valor exigido por alguns países europeus, Moscou pode cortar a produção, o que, pelo contrário aumentará os preços mundiais.
Ao mesmo tempo, especialistas entrevistados pelo jornal preveem outra possibilidade: a aliança da OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e Rússia, poderia chegar a um consenso sobre redução moderada da produção para manter a estabilidade no mercado de petróleo.
Zhang Hong observa que isso fará com que o acordo dos países ocidentais sobre teto de preço não tenha o efeito desejado e seja meramente uma propaganda diplomática.
Anteriormente, o vice-primeiro-ministro russo Aleksandr Novak disse que Moscou não aceitará o teto de preço ao petróleo e trabalhará apenas com os consumidores que estão dispostos a cooperar em condições de mercado.
Fonte: sputniknewsbrasil